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Escultura da Santa Ceia vira atração turística na praia de Icaraí, em Niterói

Por Gabriel Mansur
| aseguirniteroi@gmail.com

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Inspirada em pintura de Leonardo da Vinci, obra demorou 10 dias para ficar pronta. O segredo para não desmoronar é doçura, literalmente
Escultura da Santa Ceia chama atenção na praia de Icaraí. Foto: Gabriel Mansur
Escultura da Santa Ceia chama atenção na praia de Icaraí. Foto: Gabriel Mansur

A Santa Ceia foi a última refeição que, de acordo com texto bíblico, Jesus Cristo dividiu com seus 12 apóstolos, em Jerusalém, antes de ser traído, preso e crucificado pelos soldados romanos. O banquete, além de toda simbologia cristã, virou uma das obras mais emblemáticas do pintor, cientista, inventor, poeta e matemático italiano, Leonardo Da Vinci, representante mais renomado do Alto Renascimento.

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A pintura, que dentro do espectro religioso é a mais famosa do mundo, foi produzida em 1495. Desde então, atravessou gerações e, até hoje, serve de referência para milhares de artistas espalhados pelo planeta, especialmente os adeptos do catolicismo. Em Niterói, coube ao artista de rua Waldemir Pereira da Silva, de 42 anos, reproduzir a obra de arte.

Foi com as mãos sujas de areia e molhadas pela água salgada do mar que o engenhoso escultor evidenciou sua habilidade. Se a pressa é inimiga da perfeição, foram necessários 10 dias de paciência sob o calor do verão niteroiense para concluir o trabalho: uma escultura no final da Praia de Icaraí. Ao fundo, a Baía de Guanabara aparece “emoldurando” o quadro.

– A paisagem é linda, ajuda a embelezar a arte. Ainda coloquei a bandeira do Brasil para sinalizar que eu sou brasileiro, e isso não tem nada a ver com política – conta da Silva.

A obra está ali, em “guerra” contra as forças da natureza, desde dezembro. Resiste às chuvas, ventos e altas temperaturas, mesmo que precise de um retoque em alguns momentos. O segredo para se manter firme é a doçura, literalmente. Uma pitada de açúcar e voilá,  está pronta para o que der e vier.

– Esse é um trabalho de água e areia. Água salgada, do mar, e da areia da praia. Depois que o trabalho fica pronto, a gente pulveriza água com açúcar. Mas é importante dizer que água com açúcar não é contra a chuva, mas sim contra o sol e contra o vento. Quando chove, danifica bastante até, por isso nós temos que ficar sempre restaurando – ressaltou.

Atração turística

A obra de arte chama atenção dos curiosos que passam pelo local. A enfermeira Juliana Lima, de 37 anos, rasgou elogios para o artista.

– É uma escultura linda, bastante criativa. Ele é muito talentoso, porque para fazer isso tem que ter o dom da arte. Eu trouxe meus filhos também para tirar fotos – contou.

Já o personal trainer Pedro Sampaio, de 43 anos, destacou que o cenário, com o Rio de Janeiro ao fundo, deixa tudo mais bonito.

– Além de todo o talento e da beleza natural da escultura, tudo fica mais bonito com a paisagem ao fundo. Niterói é uma cidade maravilhosa, e o ponto parece ter sido escolhido a dedo – reiterou.

Quando tudo começou

Waldemir descobriu sua habilidade sem querer, ainda com 17 anos, enquanto fazia aqueles famosos castelos de areia frequentemente encontrados – e pisoteados – nas praias, mais especificamente em Copacabana (RJ), onde costumava frequentar. O castelo, no caso, era quase um palácio. A partir de então, resolveu viver de seu talento.

É a arte que, de acordo com ele, banca suas despesas. Por isso, colocou plaquinhas em madeiras fincadas em frente à escultura, com a sua chave PIX, para tentar angariar dinheiro. Ele conta que as pessoas não têm contribuído muito, embora adorem fazer um registro fotográfico. Afinal, trata-se de uma atração turística.

– As pessoas estão parando e tirando muitas fotos. O melhor de tudo é que eles estão compartilhando. Tem muita gente de fora que fica fascinado. Afinal, é uma arte que nunca viram na vida – concluiu.

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