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Com o adiamento do carnaval de Niterói, as escolas de samba da cidade – que este ano tiveram maior visibilidade, devido à transmissão online dos desfiles -, pretendem organizar um carnaval virtual em um dos maiores cartões postais da cidade, o Caminho Niemeyer. A proposta polêmica será apresentada pela União das Escolas de Samba e Blocos Carnavalescos de Niterói – USBCN, à Prefeitura. O desfile virtual seria realizado com apenas 30% dos integrantes de cada escola, sem público e todos de máscaras de proteção.
O adiamento do carnaval foi uma decisão tomada pela Prefeitura e a Associação das Escolas de Samba de Niterói, de acordo com a recomendação do Gabinete de Crise e do Comitê Científico. Ao todo, normalmente são 31 agremiações que passam pela Rua da Conceição no domingo, segunda e terça-feira de carnaval.
O presidente da Liga das Escolas de Samba de Niterói (Lesnit), Xororó, conta que a medida teve total apoio dos representantes das escolas.
– É muito arriscado e temos que prezar pela saúde da população. Precisamos nesse momento nos conscientizar e evitar aglomerações para que possamos eliminar o contágio na nossa cidade. A cadeia produtiva do carnaval, como as costureiras, ferreiros, eletricistas e toda a parte artística que faz parte da festa, sofreu um baque, mas que ao mesmo tempo, concordam com a decisão. Estamos neste momento, focando no desmonte das alegorias e adereços e na reciclagem dos materiais-,finaliza.
Já o presidente da União das Escolas de Samba e Blocos Carnavalescos de Niterói – USBCN, Marcelo Serpa, explica que todos os responsáveis pela realização do carnaval na cidade estão de acordo com o adiamento, até porque as escolas perderam vários integrantes vítimas da Covid e a não realização da festa na data prevista é a melhor opção no momento.
– Estamos todos tristes com as pessoas que perdemos vítimas da doença e convictos que foi a melhor decisão tomada. Além disso, para tentar trazer um pouco de alegria à nossa cidade, vou levar uma proposta ao Prefeito de um desfile virtual, feito com apenas 30% dos integrantes de cada escola, sem público, todos de máscaras e em um dos locais mais amplos da cidade, o Teatro Popular. Vamos torcer para ser aprovado-, torce Marcelo.
No Rio, a ideia de realizar desfiles sem público sempre foi descartada pelas escolas de samba.
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