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Em setembro de 2021, o Centro de Referência Regional em Saúde do Trabalho (Cerest) constatou um cenário de insalubridade no Hospital Psiquiátrico de Jurujuba (HPJ), em Niterói.
Ante ao que foi observado em vistoria, o órgão também encaminhou um ofício ao secretário municipal de Saúde, Rodrigo Oliveira, afirmando que as condições eram intoleráveis, tanto para os servidores que lá trabalham quanto para os pacientes.
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De lá para cá, segundo informações do diretor de assuntos jurídicos da Associação dos Servidores da Saúde de Niterói, José Ricardo Lessa, que é lotado na unidade hospitalar de saúde mental, algumas pequenas “maquiagens” foram realizadas, como pintura e raspagem nas paredes, danificadas pela infiltração. Nada estrutural ou que evitasse as goteiras e inundações em dias chuvosos.
– Os corredores ficam cheios de água, a enfermaria do setor de emergência é interditada em pelo menos cinquenta por cento do espaço físico dela, a ponto de reduzirmos de 16 para oito leitos – alegou.
Diante da precaridade, a Prefeitura de Niterói, por meio da Secretaria Municipal de Saúde (SMS), deu o primeiro passo para solucionar – ou ao menos amenizar – os problemas estruturais do prédio. Nesta segunda-feira, 16 de janeiro de 2023, o titular da pasta de Saúde assinou a ordem de início das obras do HPJ.
Conforme o plano divulgado pelo governo, o projeto de revitalização inclui a substituição dos telhados e impermeabilização das calhas; a instalação de um novo reservatório de água com adequação da infraestrutura hidráulica de distribuição; e o sistema de esgotamento sanitário da cozinha, que visa adequar a distribuição para a rede pública.
Também serão alvo de reformas as vigas da cozinha, que serão recompostas estruturalmente; os revestimentos dos pisos e parede, tanto da cozinha quanto do refeitório, serão substituídos, e o sistema de exaustão será readequado.
Orçada em quase R$ 2 milhões, a revitalização deve ser concluída em seis meses.
A reportagem do A Seguir: Niterói entrou em contato com a Prefeitura para saber quantos pacientes estão internados na unidade de saúde atualmente, mas não recebeu respostas até o momento. Também não há informações sobre o número de servidores lotados no hospital por enquanto.
Na vistoria, realizada há 15 meses a pedido do Sindicato dos Trabalhadores em Saúde, Trabalho e Previdência Social do Estado do Rio de Janeiro (Sindsprev-RJ) e da Associação dos Servidores Municipais da Saúde Pública de Niterói, foram identificados diversos problemas.
Entre eles: infiltrações e mofo nos setores de cozinha e área de armazenamento de alimentos, leitos feminino e masculino, enfermarias, postos de enfermagem, banheiros e refeitório dos funcionários, onde, de acordo com o relatório, “havia forte odor nauseante”. Segundo o jurista, todos esses transtornos continuam atualmente.
Ainda segundo o parecer, de 15 meses atrás, havia retorno do esgoto pelos ralos da cozinha, o que também não mudou desde então. Da mesma forma, a viga da cozinha segue instável, o que justifica sua recomposição.
Além disso, o documento relatava que a parte elétrica estava inadequada, com fiação exposta, lâmpadas penduradas e iluminação insuficiente, o que continua até hoje.
Por fim, os consultórios e as salas de profissionais de saúde não tinham ventilação e os leitos de enfermarias estavam com colchões precários e estruturas enferrujadas. Esses problemas também não foram solucionados até o momento.
Em nota, a Secretaria Municipal de Saúde (SMS) informou que são realizadas manutenções de forma periódica na unidade. De acordo com a SMS, foram feitos reparos emergenciais no telhado, recuperação de paredes das enfermarias e setor de emergência comprometidas por infiltrações, além de manutenção e acompanhamento do sistema hídrico de caixa d’água e esgotamento.
A pasta também afirmou que a portaria principal e da emergência do prédio foram revitalizadas nos últimos meses, assim como as janelas danificadas do ambulatório foram trocadas.
*Com jornal o Globo
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