Em dois anos, 505 pessoas saíram da situação de rua em Niterói

Em dois anos, 505 pessoas em situação de rua retornaram para suas famílias. A informação foi divulgada pela Prefeitura de Niterói na manhã desta segunda-feira (21). De acordo com a Prefeitura, em 2022, 222 pessoas foram recambiadas. Em 2023, o número foram 163.

De 2024 até o momento, já foram recambiadas 120 pessoas. Dessas pessoas, os principais estados de origem são: Rio de Janeiro (48), Bahia (11), Espírito Santo (9), Mato Grosso do Sul (5), Goiás (4), Minas Gerais (4) e Colômbia (1).

Entre os projetos para minimizar e buscar resolução para pessoas em situação de rua, destaca-se o Programa de Recambiamento, implantado pela Secretaria Municipal de Assistência Social e Economia Solidária (SMASES), que, nos últimos dois anos, auxiliou 505 pessoas a retornarem para suas cidades e se reintegrarem ao convívio com parentes e amigos, com o apoio do município.

Essas pessoas vêm de várias localidades, como Rio de Janeiro, São Paulo, Bahia, Minas Gerais, Espírito Santo, Mato Grosso do Sul, Goiás, e até do exterior, incluindo um colombiano e um português.

O Serviço Especializado em Abordagem Social atua 24 horas por dia, com 10 equipes formadas por assistentes sociais, psicólogos e educadores sociais. Na próxima semana, estão previstos mais quatro recambiamentos, para Minas Gerais e para a região Sul do país.

Elton Teixeira, secretário municipal de Assistência Social e Economia Solidária, destaca o impacto positivo do programa.

– O recambiamento busca ajudar essas pessoas a retornarem às suas cidades de origem e fortalecer seus vínculos familiares. É um esforço que, junto às abordagens diárias e às ações de Zeladoria, nos auxilia a reduzir o número de pessoas em situação de rua e devolver dignidade às suas vidas – destaca.

O Programa de Recambiamento visa não apenas reintegrar essas pessoas às suas cidades de origem, mas também fortalecer os vínculos com os familiares. Antes do processo de recambiamento, é realizado um contato prévio com a rede socioassistencial local que irá acolher o usuário em seu retorno à família.

O trabalho nas ruas enfrenta uma série de desafios. Profissionais que atuam diretamente com pessoas em situação de vulnerabilidade frequentemente se deparam com resistência ao atendimento.

– Atender pessoas em extrema vulnerabilidade social é uma tarefa complexa, que envolve fatores como desemprego, rompimento de vínculos familiares e uso abusivo de álcool e drogas. Esse trabalho, que se intensificou durante a pandemia de Covid-19, requer sensibilidade, ética e conhecimento técnico – explica a assistente social e coordenadora do Serviço Especializado em Abordagem Social, Renata Zanelato.

As equipes de abordagem social percorrem as áreas de maior concentração de pessoas em situação de rua e também atendem a demandas e denúncias recebidas pelos números (21) 97197-9366 (diurno) e (21) 97287-3643 (noturno).

No mês de setembro, 1.325 pessoas foram abordadas, e foram oferecidos serviços como acolhimento, recambiamento para reintegração familiar, emissão de documentos, atualização do Cadastro Único e encaminhamento para cuidados de saúde.