O prefeito reeleito do Rio de Janeiro, Eduardo Paes, participou de ato em Niterói, nesta quinta-feira (24), em apoio à candidatura de Rodrigo Neves (PDT) no segundo turno das eleições municipais. No evento, que  reuniu dezenas de lideranças políticas do estado, no restaurante Jambeiro, no Ingá, Paes e Neves assinaram o pacto “Niterói –Rio pela democracia, boa gestão e desenvolvimento sustentável”.

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O candidato trabalhista à prefeitura de Niterói aproveitou a ocasião para fazer uma denúncia. Segundo ele, lideranças de São Gonçalo pediram que ele assinasse um acordo para ceder para o município vizinho R$ 1 bilhão por ano de royalties do petróleo.

– Logo que começou o segundo turno, me fizeram uma proposta indecorosa: que eu assinasse um acordo com o prefeito de São Gonçalo para abrir mão de R$ 1 bilhão por ano dos royalties. Fizeram a proposta com ameaças que lideranças políticas de São Gonçalo, que está tomada de barricadas, cidade que está tomada por grupos de milícia, iriam invadir Niterói. O que estamos presenciando hoje é muito grave e imagino o que meu adversário deve ter feito para ter apoio e recursos da máquina pública de São Gonçalo.

São Gonçalo vem tentando, na Justiça, que a verba dos royalties de petróleo seja redistribuída entre os municípios. Até o momento, perdeu em todas as instâncias. O prefeito reeleito de São Gonçalo, Capitão Nelson é do PL, mesmo partido de Carlos Jordy.

Segundo Rodrigo Neves, também nesta quinta-feira, militantes da campanha do seu adversário, o bolsonarista Carlos Jordy, começaram a distribuir “em cada bairro de Niterói” um panfleto “com uma montagem grosseira”, com ataques a ele e à sua campanha.

– O que está acontecendo nesse momento em Niterói é inaceitável em uma democracia. A cidade tem história, foi capital do antigo estado do rio e hoje o que a gente está presenciando é uma tentativa de tomar de assalto a prefeitura de Niterói por parte daqueles que já foram indiciados na CPI das Milícias e por parte daqueles que não têm compromisso com a democracia. Isso só revela o desespero dessa gente. Que não tem relação com o povo de Niterói – afirmou Neves. 

Ao lado do seu vice-prefeito eleito, Eduardo Cavaliere, o prefeito reeleito do Rio Eduardo Paes (PSD) disse não ter “dúvida nenhuma” do que Rodrigo Neves “deve estar enfrentando, nessa reta final do segundo turno”:

– A gente também enfrentou essa turma no primeiro turno, no Rio. Sabemos bem das mentiras, ataques covardes, da sujeirada que essa gente se utiliza em campanha eleitoral. Mas não tenho a menor dúvida  de que nada  disso vai abalar a visão do povo de Niterói a seu respeito e o papel que cumpriu na defesa da democracia – afirmou Paes, reeleito com 60,47%  dos votos, no primeiro turno.

Pacto

Rodrigo Neves classificou o pacto assinado com Eduardo Paes como “fato político mais importante desse segundo turno” das eleições em Niterói. O objetivo, segundo ele, é estabelecer cooperações, em vários campos, entre os dois municípios.

O trabalhista citou como exemplo, a criação de um “grande hub turístico” entre Niterói e Rio; a revitalização dos respectivos centros comerciais, “atraindo investimentos da construção civil, atraindo desenvolvimento econômico” e estabelecer uma “ação integrada” para tratar da população em situação de rua, de mobilidade e segurança pública.

– Não podemos permitir  que o estado seja dominado pela bandidagem, pelo tráfico, pela milícia, que avançam cada vez mais nos nossos territórios. O pacto é uma resposta a isso – disse Rodrigo Neves.

Segundo Eduardo Paes, a cidade do Rio de Janeiro “precisa de Niterói forte”:

– Niterói é farol para o estado e o Brasil, iluminando os caminhos que vamos seguir. A partir de hoje, o time todo do psd é Rodrigo Neves. Não tem essa de cabo eleitoral comprado espalhando panfleto apócrifo agredindo os outros. Até porque, a gente fala mal dos outros de frente. Esse time todo aqui está dedicado à  eleição de Rodrigo Neves, enfrentando essa gente,  porque a vitória de Rodrigo Neves e Isabel Swan é a vitória da civilização, é uma vitória de todo o Rio de Janeiro.

O prefeito reeleito do Rio afirmou que a parceria entre ele e Niterói é um “caso antigo”. Ele lembrou que venceu na cidade, quando disputou o governo do Rio, em 2018. E que nunca se esqueceria disso.

Otoni de Paula

Participaram do evento os deputados federais Hugo Leal, Daniel Soranz, Renan Ferreirinha, Marcelo Calero, Pedro Paulo; os deputados estaduais Luiz Paulo, Átila Nunes, Serginho Fernandes; o ex-deputado Comte Bittencourt (Cidadania); o presidente da Ordem dos Advogados do Brasil, Felipe de Santa Cruz e o presidente estadual do PSB, Alessandro Molon, entre outros.

Eduardo Paes fez questão de destacar a participação do pastor evangélico e deputado federal Otoni de Paula (MDB). Ex-apoiador de Jair Bolsonaro, ele provocou um racha na bancada evangélica ao elogiar o presidente Luiz Inácio Lula da Silva e atuar como uma “ponte” entre o atual governo federal e o segmento religioso que representa.

– Otoni de Paula está prestando um serviço à política, ao país, à maturidade do debate político que não é trivial. Imagino o nível de pressão, de patrulha que ele esteja sofrendo. Todos nós entendemos seus movimentos e queria registrar isso aqui.