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Era um momento de emergência. Em maio de 2020, quando a Covid era declarada pela ONU uma pandemia, Niterói foi uma das primeiras cidades brasileiras a decretar o lockdown, o fechamento, medidas de restrição à movimentação na cidade, para o enfrentamento da doença que mataria milhões de pessoas no planeta. A medida de certa forma empurrava todos nós para a incerteza. O que iria acontecer? Como nos proteger? Onde encontrar socorro?
A situação cobrava informações de qualidade e responsáveis, num momento que o governo brasileiro minimizava a doença. A crise da economia e a crise dada mídia haviam enfraquecido o jornalismo local. Muitas das publicações de Niterói haviam fechado ou perderam recursos, e mesmo a sua independência. As mídias do Rio não mais cobriam a cidade. Como saber como se mover na cidade? A incidência da doença nos bairros? O que funcionava e o que estava isolado?
Foi neste contexto, que surgiu o A Seguir Niterói, por iniciativa de um grupo de jornalistas profissionais, como experiência em veículos nacionais, moradores da cidade. Um projeto que nascia sem plano comercial, mas com CEP 24.000 e forte compromisso com a cidade, o de garantir acesso a informações de forma responsável e independente, e se valeu da colaboração generosa de profissionais da cidade, sem outra expectativa senão responder à mobilização da cidade.
E não foram só jornalistas, mas profissionais de diversas áreas, leitores, que contribuíram para conformar o compromisso do jornal com a cidade. Desta forma, o A Seguir Niterói cumpriu a tarefa de informar: foi capaz de encontrar especialistas para mapear a doença na cidade. Debateu medidas, comparou experiências, desmentiu notícias faltas, se baseou na ciência e na cidadania para contribuir com o momento que vivemos.
Ninguém esperava que a pandemia durasse tanto. E à medida em que a cidade reabria, com a proteção da vacina e dos serviços médicos, o A Seguir Niterói acompanhou a retomada das atividades. As mudanças geradas pela experiência dramática da pandemia, a cidade buscando encontrar atividades – trabalho e lazer perto de casa -, o aumento do home office, a valorização da cultura e do entretenimento, a (re)descoberta de nossas paisagens e atrações.
O A Seguir Niterói acompanhou cada um destes momentos. Muitas vezes com olhar crítico. Questionou o aumento dos gabaritos, a construção de prédios na Cantareira, os palcos que desabavam no Natal, os funcionários fantasma da Emusa, entre outros problemas. Apontou o fraco desempenho da Educação, numa cidade com orçamento favorecido pelos royalties do petróleo. Cobriu sistematicamente os problemas de transportes, os engarrafamentos, a crise do serviço das barcas e do catamarã, a deterioração do atendimento dos ônibus, por mais que algumas vezes possa ter desagradado governos, empresas e autoridades.
Debate sobre Plano Diretor preservou estação Cantareira
Árvores ao chão. 2023, 2024
Não cumpriria a função social de um jornal se não exercesse esta independência. A adesão bajulatória apenas engana; não constrói, não contribui para tornar a vida melhor. Por isso, o jornal cobriu cada uma das eleições com profissionalismo e isenção, em meio à polarização generalizada, na convicção de a informação é a melhor contribuição que um jornal pode dar para a população definir seu destino.
Mas o A Seguir Niterói soube ver e reconhecer os avanços produzidos, o resgate do patrimônio da cidade, como o Mercado Municipal, os projetos ambientais, o Parque de Piratininga, as ciclovias, a ocupação cultural de algumas comunidades, o saneamento e a proteção das encontas, a recuperação da auto estima do morador, e soube aplaudir os shows na praia e cada por do Sol.
Mercado resgatado depois de 40 anos, 2023
Ney Matogrosso, em São Francisco, 2024
Parque Orla Piratininga, uma grande realização. 2024
A Seguir Niterói é um jornal da cidade, jornalismo comprometido com a cidade e feito por moradores da cidade. Completa 5 anos e se orgulha de parecer com Niterói. Esperamos, com a ajuda dos que pensam e querem a cidade, poder prestar um bom serviço para Niterói. Cumprir o nosso papel.
Os editores
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