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É de Niterói “A” foto

Por Sônia Apolinário
| aseguirniteroi@gmail.com

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Em conversa com o A Seguir, o fotógrafo niteroiense Leonardo Sens conta os detalhes da produção da foto, feita em Icaraí, que viralizou
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A foto “Pôr da Lua Cheia” está circulando pelo mundo. Fotos de Leonardo Sens
Leonardo Sens por Leonardo Sens.

Não basta Niterói ter a melhor vista do Rio de Janeiro. É preciso saber fotografá-la. Feita da praia de Icaraí, por um fotógrafo de Niterói, uma imagem do carioca Cristo Redentor “segurando” uma enorme lua cheia rodou o mundo.

O autor, Leonardo Sens, de 39 anos, perseguia essa foto há dois anos. Conseguiu às 6h28 do último dia 4. Foi batizada como “Pôr da Lua Cheia”.

Em entrevista ao A Seguir, ele contou que, em menos de 24h após postar a imagem no seu perfil do Instagram, seu número de seguidores pulou para 30 mil e seguia  aumentando. Ele fez sua foto definitiva? De forma alguma.

– Vou tentar fazer com o sol. A claridade ofusca um pouco. Tenho que me preparar, estudar algumas técnicas para conseguir fazer – conta ele que é formado em Engenharia Elétrica pela Universidade Federal do Rio de Janeiro (UFRJ).

Leia mais: Novo Cinema Icaraí poderá funcionar em 2024; conheça o projeto

Confira a entrevista

Como “nasceu” a foto?

Sempre gostei de fazer foto de sol, nuvens, estrelas, lua. E lua atrás do Cristo. Tenho várias. Comecei fazendo com máquina normal e a imagem ficava longe. Em 2021, comprei uma lente teleobjetiva de 600 mm, que permite uma aproximação enorme, e a busca por essa imagem começou de verdade.

Você já sabia onde deveria se posicionar?

Eu já sabia a época do ano em que a lua estaria no local onde imaginei. Existe um aplicativo que informa a posição da lua, a todo momento. Duas semanas antes, chequei a data. Na véspera, fui na praia conferir o local. No dia, cheguei meia hora antes. Tinham vários fotógrafos na praia esperando pela lua cheia e o Cristo. Eu tentei fazer essa foto em 2021 e não consegui. Em 2022, choveu. Agora foi.

Em que trecho da praia de Icaraí você ficou?

Mais ou menos, na altura da Lopes Trovão. Mas eu fui para a areia. É possível que outros fotógrafos tenham conseguido fazer uma foto bem parecida. Eu queria a simetria perfeita da lua nas mãos do Cristo. Isso é bem difícil. Para conseguir, tem que se deslocar um pouco. Todos nós, fotógrafos, estávamos usando tripé. Mas eu coloquei o meu bem baixo. Eu estava quase sentado na areia e, dessa forma, fiquei mais ágil.

Teve noção quando chegou o momento exato de apertar o botão da máquina?

Exato, não. Em determinado momento, mirei, centralizei, foquei e disparei. Fiz várias fotos por segundo, umas 50 (algumas delas estão no final da entrevista). Nesse momento, não fiquei olhando para evitar qualquer mexida e perder o foco. Quando terminou, sai correndo para casa. Só descobri que tinha conseguido quando vi no meu computador.

Você não teve curiosidade de olhar na hora?

Nesse tipo de foto, é importante ser o primeiro a postar. Eu moro em Icaraí mesmo. Peguei a bicicleta e em 5 minutos estava em casa. Foi só postar a foto que ela começou a viralizar. Eu não esperava o alcance que teve. Achei que a imagem iria circular por Niterói, mesmo.

Quando percebeu que a foto estava ganhando o mundo?

Foi no grupo da família que tive a dimensão do sucesso da foto. Além de receber muitos elogios, a toda hora alguém comentava que um perfil tinha repostado. Outros viram em um telejornal, em veículos do exterior. E um monte de gente começou a me procurar. De cara, meu perfil no Instagram aumentou em 30 mil seguidores.

Você é um caçador de lua?

Eu sempre gostei de foto de natureza. Adoro foto de pôr do sol com todas aquelas nuances de cores e as pessoas gostam também. Todos ficam fascinados por fotos desse tipo. Eu comecei a fotografar em 2005, por hobby. Fazia fotos dos amigos, de festas, de sol, de estrela. Comecei a receber alguns pedidos para fazer fotos e, em 2012, passei a fazer trabalhos fotográficos profissionalmente. A partir daí, fui melhorando meu equipamento.

Profissionalmente, qual o segmento que você costuma trabalhar?

Geralmente, moda e festas. A natureza segue como hobby. Mas só recentemente eu me dedico ao trabalho como fotógrafo em tempo integral. Eu sou formado em Engenharia Elétrica pela UFRJ. Sempre trabalhei nessa área, mas, depois da pandemia, decidi sair da empresa e ser fotógrafo.

Por quê?

Fotografia é mais divertido e não trabalho todos os dias no mesmo lugar. Quando vi que era possível viver de fotografia, eu fui.

Você faz fotos com drones?

Sim. Fui um dos primeiros em Niterói a ter um, em 2012. Inclusive uma foto que fiz de drone foi minha primeira experiência em viralizar, na cidade. Mas meu drone está quebrado, no momento.

Você já conseguiu sua foto definitiva?

Não. Ano que vem vou fotografar a lua atrás do Cristo, outra vez. Porque não será o mesmo céu, então, não será a mesma foto. Já pensou se um pássaro passa na hora, uma nuvem? Também quero fazer a mesma foto com o sol. A claridade ofusca um pouco. Tenho que me preparar, estudar algumas técnicas para conseguir fazer.

Como você se sente quando dizem que o melhor de Niterói é a vista do Rio?

É uma bela vista, mas não falem mal do meu país Niterói perto de mim. Eu defendo, mesmo.

Qual seu top 5 de lugares mais bonitos da cidade que gosta de fotografar?

Em primeiro lugar, Itacoatiara, pros lados do Pampo; depois Jurujuba (praia Adão e Eva); Boa Viagem (Ilha da Boa Viagem); praia do Sossego (mais na praia do que no mirante) e Camboinhas (perto do canal de Itaipu).

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

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