Pegue doses de ambiente informal, um punhado de acepipes clássicos com pitadas de novidade e  misture tudo ao som de muito samba de raiz. O resultado dessa receita é o Boteco da Banca, no Jardim Icaraí.

O objetivo dos sócios é tão simples quanto ambicioso: resgatar o clima dos antigos botequins e dar uma chacoalhada no perfil um tantinho conservador da Rua Leandro Mota. Na Banca, informalidade é palavra de ordem.

Quanto ao samba, até o momento, marca presença sagrada apenas no som ambiente. Na quinta-feira (20), estreia no bar, às 20h, uma roda com Yuri Portella e Jair Silva.

– Queremos fazer esse resgate do botequim que nós mesmos pouco conhecemos, mas ouvimos muitas histórias bacanas. E que, quando buscávamos  algo nesse clima, tínhamos que ir para o Rio de Janeiro  – comenta o publicitário Thomás Faria, de 28 anos, um dos sócios da Banca.

Com ele no negócio estão o empresário André Lassance, de 31 anos, e João Fontes, de 37, que nos últimos cinco anos foi gerente de vendas da Ambev.

Normal, então, que o portfólio da gigante cervejeira nacional abasteça o bar. O chope Brahma marca presença, mas há gratas surpresas nas torneiras. Rótulos da Colorado que, em Niterói, são comuns de serem encontrados apenas em garrafa, podem ser consumidos em chope na Banca, como Ribeirão Lager (uma Standard American Lager com adição de laranja) e Indica (IPA com adição de rapadura). Originária de Ribeirão Preto (SP), a Colorado foi uma das primeiras marcas artesanais do Brasil. Pertence à Ambev desde 2015.

Para comer

Servida a cerveja, é hora de conferir o cardápio de comidas. Sardinha frita, torresmo, coração, moela e mocotó são algumas das opções. O quiabo chega grelhado com chutney de cebola e o jiló é um tempurá com missô.

Dentre os sanduíches, o tradicionalíssimo pernil com abacaxi. Para os veganos, uma das pedidas é o croquete de feijão branco com limão siciliano, amendoim e sálvia. Para quem não gosta de tanta “tradição”, tem pastel, linguiça e aipim frito também.

Muitos desses itens chegam à mesa no copo americano, onipresente na casa, nos mais diversos tamanhos. Neles também são servidos drinks, além de caipirinha e as clássicas batidas de coco, maracujá e amendoim. Aliás, na Banca, porçãozinha de amendoim é cortesia de boas-vidas.

O boteco ocupa, desde julho, o espaço onde já funcionou o TT Burger. No momento, a operação acontece no térreo. Na quinta-feira, com a roda de samba, será feita a “estreia” do segundo andar.

No momento, o foco principal é terminar de implantar os projetos originais. Como a roda de samba, que passará a ser semanal. Há planos para a ocupação de um espaço na entrada do bar, em uma parte ligeiramente mais alta, já apelidada de palquinho. A ideia é “liberar” o espaço para artistas de Niterói.

Próximo passo, começar a servir os almoços especiais de final de semana. Nessa hora, entrarão em cena pratos como cozido, rabada e dobradinha – feijoada já tem.

Quem explica esse nome, Boteco da Banca?

– Remete à banca de jornal, sim, mas é um nome com vários significados. Bancas são lugares recheadas de coisas e histórias. São pontos de referência, onde se joga um pouco de conversa fora. Os botequins tradicionais são assim também. Gostamos da magia desses lugares, principalmente, da informalidade. Quem quiser ficar em pé, fica. Temos mesa comunitária que é um convite para as diferentes tribos se misturarem. Já estamos atraindo um público mais jovem que não costumava frequentar a rua. Ao mesmo tempo, muita gente com nostalgia dos antigos botecos se chegam para recordar sabores que não encontram mais por ai. É isso que queremos – afirma João Fontes.

Serviço

Boteco da Banca

Rua Dr. Leandro Mota, 139, Jardim Icaraí

De terça a sexta, a partir das 18h

Sábado e domingo, a partir das 12h