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Curso de Cinema da UFF é reconhecido como Patrimônio Cultural de Niterói

Por Por Livia Figueiredo

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Graduação pioneira foi idealizada há 50 anos por Nelson Pereira dos Santos
casarão uff
O Casarão, onde funciona o Instituto de Arte e Comunicação Social (IACS). Foto: Divulgação

Símbolo de pioneirismo e referência nacional, o curso de Cinema e Audiovisual da UFF foi reconhecido como Patrimônio Cultural de Niterói pela Lei 3439 de novembro de 2019, de autoria do vereador Leonardo Giordano (PCdoB). A cerimônia de titulação aconteceu nesta quarta-feira (23), remotamente, às 20h30m, no XVI Congresso Forcine (Fórum Brasileiro de Ensino de Cinema e Audiovisual).

O curso foi idealizado em 1968 pelo já falecido e prestigiado cineasta Nelson Pereira Santos, que encontrou acolhimento na UFF após retornar de uma trajetória acadêmica na Universidade de Brasília. Com a disponibilização de uma sala de exibição no antigo Cassino Icaraí, pôde tirar suas ideias do papel, criando uma escola nos moldes que almejava.

Foi nesse cenário que surgiu o Instituto de Arte e Comunicação Social (IACS), reunindo as habilitações Cinema, Publicidade e Jornalismo. Na época, em âmbito nacional, só existia a Escola de Comunicação e Artes de São Paulo, criada em 1966. Após uma reforma curricular, o Curso de Cinema e Audiovisual da UFF pode, enfim, ser criado em 2007, para, cinco anos depois, se tornar a primeira Licenciatura em Cinema e Audiovisual no país. O fortalecimento da área é fruto de um trabalho multidisciplinar de professores, alunos e servidores públicos, que uniram esforços para a difusão de um cinema de qualidade.

Alunos de cinema na UFF. Foto: Divulgação/Curso de Cinema e Audiovisual da UFF

Segundo o coordenador do Curso de Bacharelado de Cinema da UFF, Fábian Núñez, esse reconhecimento expressa o papel social da universidade pública, gratuita, laica e de qualidade, comprometida com a formação profissional, o pensamento crítico e a responsabilidade com a sociedade, em ações de docência, pesquisa e extensão.

– Somente temos a agradecer por esse reconhecimento. Seguimos atuando com o nosso comprometimento social de produzir e pensar um audiovisual brasileiro que realmente expresse a nossa identidade, memória e anseios. Esse título de Patrimônio Cultural é mérito de todos nós e é reconhecimento da importância do curso na formação de profissionais qualificados, que atuam no campo da produção, na pesquisa, na crítica cinematográfica, nos estudos de cinema, e de professores que lecionam nas salas de aula e pensam o Cinema-Educação – declara Fábian.

Chefe do Departamento de Cinema e Audiovisual da UFF desde agosto, e professor de mestrado e doutorado Fernando Morais compartilha do mesmo sentimento.

– De tudo que Niterói faz pela cultura e por toda a sua contribuição com os seus museus, a música, entre outras séries de formas artísticas e conhecidas, o Cinema e o Audiovisual passa a ser reconhecido, também, como um curso que já formou tantas gerações de niteroienses e até mesmo de brasileiros que passaram uma temporada estudando na UFF – destaca Morais, que é ex-aluno do curso de graduação, mestrado e doutorado de Cinema na instituição.

Tunico Amancio, professor por 39 anos na UFF, conta que a instituição foi o local onde passou a maior parte do tempo de sua vida profissional. A conexão com a Universidade o acompanha desde a época em que era aluno. Tunico trabalhou na área de roteiro e pôde criar um campo de cinema latino americano. Ele conta que, com a passagem dos anos, é notável o contínuo aprimoramento de ensino do curso de Cinema da UFF.

– A sedimentação de um currículo e de um território político para o curso dentro e fora da Universidade é uma contribuição bastante significativa. Nesses 50 anos, fizemos uma consolidação da área de pesquisa de produção, uma intervenção direta na universidade através de vários projetos de extensão. Agora, as questões inerentes ao cinema são tratadas com mais intensidade e, com isso, conseguimos equipamentos, contatos com empresas e com outras universidades, entre outras conquistas – afirma Tunico.

Niterói foi a primeira cidade do Brasil a ter uma faculdade de Cinema. Esse reconhecimento agora é solidificado com o título de Patrimônio Cultural, que revela um ideal que começou há mais de 50 anos e que ainda perdura com muito afinco e determinação.

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