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Confira lugares onde o uso da máscara continuará imprescindível

Por Fabiana Batista

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Enquanto se discute flexibilizações no uso do equipamento, especialistas alertam para as “zonas de risco” dentro da cidade
Flexibilização do uso de máscaras é diferente em Niterói e no Rio; entenda como será
Ponto de ônibus lotado em Icaraí. Foto: Gustavo Stephan

A vacinação avança, as internações caem, os dados sobre a pandemia confirmam os planos de reabertura de Niterói. Mas, para especialistas, o excesso de confiança e o clima de “já passou” fazem acender um alerta: o cenário é positivo, sim, mas ainda demanda cautela. Medidas não farmacológicas, em especial o uso de máscara, continuam sendo fundamentais. Especialmente em locais onde o risco de contaminação continua alto.

Uma análise feita pelo geneticista e diretor do Laboratório Genetika, Salmo Raskin, mostrou alguns locais públicos em que o uso do equipamento de proteção ainda é muito importante, mesmo diante de flexibilizações, que por aqui deve começar em novembro. Veja os locais onde risco de contaminação é alto e onde o uso de máscaras é indispensável.

  • Transporte público
Um problema diário, a lotação nas barcas Rio-Niterói. Foto: Leitor

No estudo de Salmo Raskin, o transporte público aparece como local de risco elevado se as pessoas não usarem máscaras. Ele considerou dois cenários: com 50% de vacinados e com todos imunizados. Nos dois casos, a possibilidade de transmissão é alta, acima de 70%. No caso de Niterói, a população ainda precisa lidar com outro agravante: a superlotação, comum na rotina dos passageiros de ônibus e barcas.

Em uma pesquisa feita pelo Centro de Estudos em Regulação e Infraestrutura da FGV, o transporte público coletivo continua sendo uma das principais preocupações sanitárias, pois neles as pessoas estão confinadas em um lugar fechado. Além disso, constatou-se que, em horários de pico, veículos continuam lotados; pode haver escassez ou ausência no controle do acesso para identificar passageiros que possam estar doentes ou, ainda, há superfícies que podem contribuir com a transmissão como assentos, corrimãos e portas.

O A Seguir: Niterói conversou com Christovam Barcellos, pesquisador titular do Lis/Icict, da Fiocruz, que atua na pesquisa em Geografia da Saúde, com ênfase em Vigilância em Saúde. Para o especialista, a única saída para evitar a contaminação no transporte público é manter a obrigatoriedade das máscaras e evitar aglomerações. Para isso, o Poder Público precisa fiscalizar.

– As pessoas voltaram a sair para se divertir, trabalhar e ir a escolas e o transporte é o meio de locomoção mais utilizado. Janelas fechadas, ar condicionado ligado e pessoas sem máscara, por falta de fiscalização, são os principais motivos de forte contágio.

  • Restaurantes

O estudo dos locais de risco também revela que abolir o uso de máscaras em restaurantes não é uma boa ideia. Se metade da população estiver vacinada, a chance de contaminação nesses estabelecimentos pode variar entre 30% e 70%. Se metade estiver vacinada, o risco pode passar de 70%.

De acordo com reportagem do El País, baseada em estudos feito pela Saúde Pública do Reino Unido e outra do Instituto Norueguês de Saúde Pública, os trabalhadores de bares e restaurantes estão em segundo lugar na lista de profissionais com maior risco de contágio, atrás apenas do profissional da saúde isso. O problema é que os clientes têm dificuldade de cumprir os protocolos sanitários, principalmente quando ingerem bebida alcoólica. Qual é o remédio?

– Os princípios básicos que aprendemos, desde o início da pandemia, em 2020, são evitar frequentar lugares fechados, buscar o distanciamento social e usar máscaras. Mas também é fundamental que as empresas e poderes públicos municipais aliem estas recomendações à obrigatoriedade de passaporte de vacinas antes de deixar com que as pessoas entrem em estabelecimentos, explica Christovam Barcellos.

  • Unidades de saúde

Embora não faça parte do levantamento, as unidades de saúde também demandam atenção e proteção especial por parte dos usuários. Para Christovam Barcellos, hospitais, clínicas e laboratórios, por exemplo, são lugares de alerta na transmissão da doença, pois são onde pessoas com suspeitas e profissionais que estão em contato direto com o vírus circulam. O uso de máscara, alerta ele, é fundamental caso a ida seja imprescindível.

  • Fiocruz reforça o alerta

Quanto mais aglomerações houver, maior a transmissão da Covid-19. De acordo com Boletim do Observatório Covid-19 Fiocruz divulgado na sexta (15), a recomendação atual é de associar a vacinação a antigas e novas medidas de prevenção. A antiga é o uso da boa e conhecida máscara, já a nova é a obrigatoriedade do passaporte de vacinas para a entrada em estabelecimentos comerciais, de entretenimento e restaurantes.

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