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As fortificações que acompanham o desenho da orla de Niterói ajudam a contar a História do Brasil. Em Jurujuba, a Fortaleza de Santa Cruz e o complexo de outros três, o Rio Branco, o São Luís e o Pico. Já no Gragoatá e de Boa Viagem, os fortes têm nomes de seus bairros. O objetivo dos portugueses, no período da colonização, foi investir em construções com o maior poder de fogo contra europeus inimigos que pudessem entrar em terras recém-descobertas.
Em um longo passeio, A Seguir: Niterói conta um pouco a história de cada um, quais são abertos ao público e como chegar.
Fortaleza de Santa Cruz da Barra
A Fortaleza de Santa Cruz está localizada próximo às praias Adão e Eva e foi construída em 1555. Sua estrutura de defesa esteve entre as principais do Império, já que, neste período, o Forte de Copacabana ainda não havia sido construído. Para chegar até lá é possível ir de carro, de ônibus –linha 33, de bicicleta ou a pé. Ir a pé ou de bicicleta pode parecer cansativo, já que o trajeto da entrada até a portaria é de 3km, mas a paisagem do mar e a vista para o Cristo Redentor e o Pão de Açúcar valem a pena.
Já dentro, não é permitido circular sem um guia do Exército. Durante todo o passeio é possível conhecer a Capela de Santa Bárbara, os canhões de artilharia militar e os calabouços e celas que serviam de presídio. Janelas, portões e muros foram feitos de pedra e toda a sua arquitetura militar inspirada nas construções europeias. É bom lembrar, ainda, que foi em Santa Cruz que figuras importantes da história do país, como Euclides da Cunha, acusado de se rebelar em 1888, estiveram presos.
Serviço
Endereço: Estrada General Eurico Gaspar Dutra, s/nº – Jurujuba
Visitação: 3ª feira a domingo, das 10h às 17h
Ingresso: R$ 4,00 – Crianças e idosos: grátis
Agendamento de visitas guiadas: agendamentofscb@gmail.com
Complexo do Forte do Rio Branco, São Luís e do Pico
Forte do Pico | Foto: Roby Bike (Criative Commons)
Não é possível separar as Fortalezas do Rio Branco, São Luís e do Pico, pois cada uma delas foi construída como partes em comum. De acordo com o Comando Militar do Leste, o objetivo do complexo era defender a parte de trás do Forte de Santa Cruz. As construções são ao lado de uma praia paradisíaca, território militar, que não pode ser utilizada por civis: a Praia do Forte. De cara, é possível perceber que o mais interessante em estar nestes fortes, além de conhecer a arquitetura colonial, é a vista para toda orla de Niterói e do Rio de Janeiro.
O passeio inicia-se no Forte do Rio Branco. Construído em 1567, foi pensado para impedir o desembarque do invasor e, por isso, o muro em frente ao mar, onde ficavam guardas armados, é baixo. Já no São Luís, os atrativos principais são as ruínas. A construção faz o visitante se esquecer de que está no Rio de Janeiro do século XXI e se transportado para ruas europeias do século XV.
Para chegar no Forte do Pico, com 230 metros de altura, deve ser feita uma caminhada longa e íngreme e é permitida a visitação das galerias internas. Além do maquinário de defesa, que é impressionantemente carregado, a visão 360º das cidades do Rio e de Niterói é meditativa para quem gosta de altura. O forte foi construído dois séculos após a chegada dos europeus, no século XVII, e sua obra finalizada apenas em 1918.
Serviço
Endereço: Alameda Marechal Pessoa Leal, nº 265 – Jurujuba
Visitação: Terça a domingo, com visitação guiada às 10h e 14h
Ingresso: R$ 10,00; Professores e alunos: meia-entrada; Militares do Exército (incluindo seus dependentes), Idosos e crianças: entrada gratuita.
Forte D. Pedro II do Imbuí
A construção do Forte D. Pedro II do Imbuhy foi pensada, em 1863, em um contexto de conflito entre Brasil e Inglaterra, que, naquele período, quase entraram em guerra. No entanto, só foi finalizada no ano de 1901. São 2.400m² de área construída com pedras retiradas da costa do mar, cimentadas com óleo de baleia, cal e mouriscos triturados. E seu principal armamento foram os canhões.
A estrada até a fortaleza é arborizada e margeia o litoral das praias de Fora e Imbuí. A paisagem, do caminho até o local, é diversa entre colinas, densa vegetação e Baía de Guanabara. Vale a pena parar no mirante com vista para o Oceano Atlântico, que, assim como no Forte do Pico, é de tirar o fôlego.
A região vive um conflito histórico a ser destacado. Antes da fortificação ser construída, segundo pescadores, já havia ocupação de famílias pesqueiras no que é denominado Aldeia do Imbuhy. A relação com o Exército ficou acirrada depois do golpe militar de 1964, mas foi em 2015 que famílias inteiras foram despejadas. Apesar de poucas, ainda há aquelas que resistem até hoje.
Serviço
Endereço: Alameda Marechal Pessoa Leal, nº 265 – Jurujuba
Visitação: Sábados, domingos e feriados, das 9h às 16h
Ingresso: R$ 6,00; Idosos: R$ 4,00; Crianças: grátis
Forte de Gragoatá
Forte do Gragoatá | Foto: Marcio Sette
O Forte do Gragoatá é fechado à visitação. As principais histórias contadas pelo Comando Militar do Leste são que esta é a segunda fortaleza mais antiga do estado e possui sólidas muralhas que estão de encontro ao mar. Foi base de defesa contra as forças que se rebelaram na Revolta da Armada e, atualmente, encontra-se a 2ª Circunscrição de Serviço Militar.
Forte de Boa Viagem
Existem, na Ilha de Boa Viagem, duas construções significativas para a história de Niterói, a Igreja de Nossa Senhora de Boa Viagem e o Forte de Boa Viagem. A fortificação foi erguida no final do século XVII ao XVIII e, assim como os outros fortes, a construção tinha por intuito vigiar e proteger a região. Mas, com o aumento de entrada de portugueses ao Rio de Janeiro, em 1810, a ilha também foi abrigo para viajantes em quarentena devido a doenças epidêmicas europeias. Diferentemente das praias próximas aos outros fortes, a de Boa Viagem é aberta a banhistas. Já a visitação da fortaleza não.
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