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Cia. de Ballet de Niterói reencontra público após um ano e meio fora dos palcos

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Espetáculo dialoga com o tema da exposição “Tudo que Move é Sagrado”, no Museu Janete Costa
O corpo do bailarino se movimenta com o corpo da exposição. Foto- Amanda Ares.
O corpo do bailarino se movimenta com o corpo da exposição. Foto: Amanda Ares.

Tudo que move é sagrado. Assim diz a música de Beto Guedes, que nomeia a exposição em cartaz na sala Janete Costa, no Ingá, construída por diferentes artistas que trabalham a mecânica de objetos feitos de madeira, metal e barro e representam a importância do movimento para a vida humana. Vida esta que passou por momentos de total estagnação durante o último ano e meio de pandemia, que não deixou nem companhias de dança, como a Cia. de Ballet de Niterói, passarem ilesas.

Este fim de semana, após um ano e meio longe do calor do público, a cia niteroiense e dança contemporânea recomeça a voltar aos palcos, integrando o corpo de ballet ao corpo da exposição em cartaz no Janete Costa.

O diretor da Cia., Fran Mello, conversa com cada pessoa presente no espaço, convidando todos a ficar onde quiser e se movimentar pelo espaço também, durante as apresentações que ocorrem de 14h às 15h30. Ele conta que as coreografias apresentadas pelo quatro bailarinos em cena foram pensadas a partir do tema da exposição.

Fran Mello manteve a Cia ensaiando durante a pandemia. Foto: Amanda Ares

A abelha fazendo mel vale o tempo que não voou, escreveu Beto Guedes. A Cia de Ballet volta a se movimentar no ritmo da cidade, que aos poucos, mesmo que devagar como o tempo que leva o barro pra ser moldado em obra de arte, vai recuperando o ritmo de sua cena cultural.

Quatro bailarinos compõe o espetáculo, e se apresentam novamente neste domingo (1o de agosto). Foto: Amanda Ares.

Seja devagar e sempre, pelas limitações pessoais ou de espaço, ou fluido e dinâmico, influenciando outros objetos a se mexer, o espetáculo faz o público pensar nos movimentos possíveis dentro de uma rotina e espaço limitados pelo isolamento social.

A bailarina e coreógrafa Mariana Mesquita disse que foi preciso um esforço de toda a Cia para não parar, e que a motivação do diretor foi uma peça fundamental para se manter funcionando:

– Está sendo uma grande felicidade! Nosso desejo de apresentar é maior que qualquer limitação física, mas nós, bailarinos, somos um pouco atletas, e tudo em nós tem que estar bem trabalhado para apresentar a melhor performance artística. E nosso diretor motivou a gente, pra não deixar a peteca cair. Conseguimos até fazer algumas apresentações online. Mas dança precisa de estrutura, principalmente de palco. Bailarino gosta de público, e estar aqui perto de outras pessoas já move a gente.

Coreografia elaborada por Mariana Mesquita e Bruna Lopes representam a rotina feminina dentro do espaço limitado da casa. Foto: Amanda Ares.

O trabalho para evitar ficar parada removeu as montanhas de dificuldade impostas pela impossibilidade de se usar o espaço físico da sede para os ensaios, e a falta do público. O resultado é um espetáculo belíssimo, que dialoga com as obras e toca a quem assiste.

Neste domingo, de 14h à 15h30, a Cia de Ballet de Niterói se apresenta novamente no Museu Janete Costa, e toda última quinzena de cada mês, haverá novas apresentações.
O museu fica na Rua Presidente Domiciano, 178, Ingá.

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