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Catamarã de Charitas pode voltar a funcionar a partir de janeiro de 2022

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Barcas Rio-Niterói também retomam horários normais com o fim do estado de calamidade pública, que termina dia 30 de dezembro
Catamarã volta a funcionar no ano que vem. Foto- divulgação
Catamarã volta a funcionar no ano que vem. Foto: divulgação

O catamarã que liga Charitas à Praça XV tem data marcada para voltar a operar na Baía de Guanabara: será assim que o estado abandonar a situação de calamidade sanitária, estabelecida em decreto, até 30 de dezembro. A afirmativa é da Subsecretária de Mobilidade e Integração Modal, da Secretaria de Transportes, Paula Azem. Caso o decreto não seja renovado, o transporte volta a operar em janeiro.

Segundo ela, o avanço da vacinação até o final do ano vai permitir a normalização do sistema de transporte marítimo. Isso inclui a ampliação dos horários das barcas entre a Praça Araribóia e o Rio de Janeiro, hoje com saídas de hora em hora.

– Os catamarãs pararam de circular por razões sanitárias. Precisam navegar fechados, porque passam na boca da baía. Não tinham ventilação. Na travessia Rio-Niterói havia a opção de operar com as barcas que podem viajar abertas. Mas estas barcas não são adequadas para a rota de Charitas. Então, a opção foi concentrar a operação no Centro – explicou.

A normalização do transporte na Baía de Guanabara, no entanto, não significa que os problemas estão resolvidos. O serviço está quebrado, com um custo operacional muito maior do que a arrecadação dos passagens – e uma dívida estimada em R$ 1,2 bilhão.

Muda tudo

Paula Azem: o modelo do transporte marítimo hoje é insustentável. Foto: divulgação

Paula fala do transporte na Baía de Guanabara com conhecimento de causa. Tem família em Niterói e guarda muitas lembranças da cidade. Sabe da importância das barcas para o município. E conhece bem o projeto de integração da Região Oceânica com o catamarã em Charitas. Mas antecipa que todo o sistema de transporte, não só das barcas, mas também trens e metrô, deverá ser repensado.

O conjunto das “barcas” entre Rio e Niterói movimentava uma média diária de 75 mil passageiros; hoje, o transporte é usado por apenas 18 mil passageiros por dia.

A operação é da CCR Barcas, que cuida das linhas regulares entre a Praça Arariboia e Praça XV e das linhas da Praça XV à Ilha do Governador e para Paquetá, com tarifa social de R$ 6,90. Também opera a linha especial do Catamarã, Charitas-Praça XV, com bilhetes a R$ 19,00. E as linhas turísticas de Mangaratiba e Angra dos Reis para Ilha Grande.

Segundo a subsecretária, o custo médio das viagens hoje, considerando o volume de passageiros, seria de R$ 12,80.

O contrato da CCR termina em fevereiro do ano que vem. E a companhia já anunciou que não tem interesse em participar da concorrência. Até lá, o Governo do Estado do Rio deve apresentar um novo edital para a licitação dos serviços. Mas já se sabe que o modelo atual de uma única concessionária explorando todo o sistema e financiada exclusivamente pelas tarifas pagas pelos passageiros será inviável. Não se sustenta.

– A gente precisa conhecer melhor a situação. Porque neste tempo todo os estudos foram concentrados na empresa, apenas. Então é preciso conhecer estes dados. E avaliar melhor o impacto da pandemia na rotina das pessoas. Será que o movimento vai ser o mesmo? Será que vai ter mais gente em home office? Será que as pessoas vão voltar a priorizar o carro, o que seria uma pena? E se as tarifas não bastam mais para cobrir os custos, quem vai pagar essa diferenca? Qual vai ser a contribuição do estado? As Prefeituras vão participar dessa operação? O transporte entre Rio e Niterói é intermunicipal, mas o transporte da Praça XV para a Ilha do Governador e Paquetá é municipal. E será que São Gonçalo tem interesse em ter uma estação? É possível pensar num modelo diferente, com embarcações menores… Tudo isto será discutido. Estamos ouvindo moradores, as comunidades, as prefeitura locais – antecipa Paula Azem.

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