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A semana ainda não terminou, mas os casos de Covid registrados em Niterói, no Rio e no estado do Rio já superam as marcas das últimas 10 semanas. De acordo com o Painel da Covid da Secretaria de Estado de Saúde, exibido nesta sexta-feira (3), o estado registrou, em apenas cinco dias da Semana Epidemiológica 22, 19.446 novos casos da doença, contra 15.639, nos sete dias da SE 21. Na média, são 3.889 novas notificações por dia, frente a 2.234 do período anterior – um aumento de 74% nas ocorrências da doença.
O aumento de casos de Covid tem gerado grande procura de testes nos laboratórios e farmácias e filas nos postos de Saúde de Niterói, como o A Seguir documentou no Posto do Vital Brazil. Apenas uma loja da Drograria Pacheco, em Icaraí, vendeu 100 testes em três dias. A Prefeitura reconhece que houve um crescimento de novos casos, mas o Secretário Rodrigo Oliveira disse que não é momento de adotar o uso de máscaras. Segundo ele, não há aumento das taxas de ocupação dos hospitais e mortes. Mas a UFF determinou o uso obrigatório de máscaras nas salas de aula e recomendou a proteção também em áreas abertas do campus. A UniLassale adotou a esma medida.
Especialista fala em quarta onda
O virologista Fernando Spilki, coordenador da Rede Corona-Ômica do Ministério da Ciência, Tecnologia e Inovações, que monitora e sequencia o genoma do vírus circulante no país, sustenta que o Brasil está entrando numa quarta onda da doença, num movimento semelhante ao de países europeus que começam a registrar novamente números altos de contágio da doença. Em 26 de abril, os dados mostravam uma média móvel de 14.600 novos diagnósticos nos últimos sete dias. Já em 31 de maio, o número saltou para 26.032, uma alta de 78% no registro de novos casos.
– Estamos observando esse processo desde metade de abril, mas com um ritmo maior agora. É o início de uma quarta onda, mas felizmente ainda não se compara ao que o Brasil já passou – disse Fernando Spilki, em entrevista à BBC Brasil. Para ele, a presença de variantes com alta transmissibilidade, o relaxamento das medidas preventivas e a redução da imunidade contra a Covid-19 meses após a vacinação são fatores que explicam o aumento de casos. Ao mesmo tempo, com a vacinação avançada, casos não têm mesma gravidade de ondas anteriores.
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