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Está marcada para esta quarta-feira (1º) a oitiva do casal acusado de hostilizar e agredir verbalmente um grupo de jovens na praia de Itacoatiara no sábado (28). Segundo o registro de ocorrência feito por dois dos jovens agredidos, o grupo de cinco amigos ouvia música pouco antes das 8h da manhã, quando foi abordado por um casal que ficou irritado com o volume da música.
Imagens do casal foram registradas pelos rapazes, e o caso ganhou forte repercussão nas redes sociais ao longo do fim de semana. O A Seguir: Niterói tentou contato com o grupo que fez a denúncia, mas não conseguiu. A reportagem, no entanto, conversou um dos acusados do crime de racismo, Ricardo Perriraz. Ele pediu para contar sua versão dos fatos.
Morador de Itacoatiara, Ricardo relatou que ele e a namorada passeavam com o cachorro pouco antes das 8h da manhã do sábado e se incomodaram com a música que o grupo de jovens ouvia. O casal, então, pediu que o grupo reduzisse o volume do equipamento de som, mas a reação foi ruim. Os amigos questionaram a autoridade da dupla de moradores em “policiar” a calçada e começou a filmar a situação. Foi quando a confusão começou.
Confira o relato de Ricardo:
“Eu, minha namorada e nossa cadela temos o costume de ver o mar sempre cedo. No sábado passado, por volta das 7h40, ao descermos o acesso que dá para o canto do Costão, nos deparamos com um grupo de 5 (cinco) rapazes com um aparelho de som do tamanho de uma mala média, com o som em alto volume, bebendo, gritando e jogando os copos de plástico no chão. Eu me dirigi até eles e pedi que abaixassem o volume e recolhessem o lixo. Logo fui repreendido sendo chamado de “dono da praia”. Foi então que começou a discussão e um deles ao tentar fazer uma filmagem foi bloqueado pela minha namorada. Como chegaram muitas pessoas que defenderam a minha causa, resolvi ir embora porque os ânimos estavam exaltados. Após percorrermos de bicicleta cerca de 300m, esse mesmo rapaz nos abordou nos ameaçando com o celular. Foi então que houve a briga em frente a pracinha, perto do salva-mar”.
Logo após a briga, dois rapazes do grupo procuraram ajuda com agentes do Corpo de Bombeiros que estavam no local e registraram a ocorrência na 81ª DP (Itaipu). Eles alegam ter ouvido ofensas racistas e sobre sua origem de forma gratuita. Por isso teriam começado a gravar para registrar a agressão. À polícia, os jovens afirmaram ter se sentido diminuídos por Ricardo e a namorada.
O caso vai ser investigado como possível crime de racismo. Testemunhas também estão sendo chamadas para depor. A Sociedade de Amigos e Moradores de Itacoatiara (Soami) informou que vai colaborar com as investigações entregando imagens das câmeras de segurança à polícia.
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