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Candidato à reeleição pelo PL, Cláudio Castro terá Washington Reis (MDB) como vice

Por Sônia Apolinário
| aseguirniteroi@gmail.com

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Washington Reis, no momento, está inelegível pelo STF; MDB-RJ apoiará Lula para presidente e não Jair Bolsonaro, que é do PL
claudio castro washington reis
Washington Reis (E) e Cláudio Castro foram chapa para a disputa do governo do Rio de Janeiro. Foto: Divulgação

O atual governador do Rio de Janeiro, Cláudio Castro, foi confirmado como candidato à reeleição pelo seu partido, o PL. A convenção estadual que sacramentou a escolha também definiu que o vice, na chapa, será Washington Reis (MDB), ex-prefeito de Duque de Caxias.

Castro é do mesmo partido do presidente da República, Jair Bolsonaro. Já o MDB do Rio de Janeiro anunciou apoio ao ex-presidente Lula, nas próximas eleições.

Além disso, Reis, neste momento, está inelegível pelo STF por conta de crime ambiental. Há um recurso para ser julgado ainda em agosto. Assim, de acordo com a colunista Berenice Seara, do Extra, a convenção também definiu que ele poderá vir a ser substituído, caso a situação se mantenha.

Inicialmente, Reis seria lançado pelo seu partido como candidato ao Senado. Quando seu nome começou a ser cogitado para vice de Castro, bolsonaristas pressionaram o atual governador do Rio para mudar a composição da chapa justamente por conta do apoio do MDB-RJ a Lula que também começava a ser “ventilado”.

Em fevereiro passado, em convenção estadual para a montagem da nova diretoria da legenda para 2022, o deputado federal Leonardo Picciani, em discurso na abertura do evento, afirmou que era “hora de dizer não à polarização, e sim, ao diálogo, à conversa, à negociação, à empatia e ao amor ao próximo”. Já como presidente estadual do MDB, Picciani fechou o acordo com o PT para apoiar Lula, no Rio de Janeiro. Essa decisão não foi unanimidade na sigla, principalmente, da parte de Washington Reis.

Ele, enquanto prefeito de Duque de Caxias, cedeu, por 20 anos, um prédio do município, previsto para abrigar uma escola da rede, para a direção da Polícia Militar. Com o convênio, a PM ficaria responsável pela área pedagógica da nova escola e o município arcaria com os custos das obras. O novo colégio militar ganharia o nome do pai do então futuro presidente da República. Assim, o  lll Colégio da Polícia Militar do Estado do Rio de Janeiro, inaugurado em 2018, foi batizado de Percy Geraldo Bolsonaro. O acordo entre Reis e a PM teria sido intermediado por um dos filhos do presidente, o senador Flávio Bolsonaro.

Cláudio Castro

Quando foi eleito vice-governador do Rio de Janeiro, Cláudio Castro integrava o PSC, partido presidido pelo Pastor Everaldo, ao qual o presidente Bolsonaro também era filiado.  Advogado, músico e evangelizador, o paulista Castro (nasceu em Santos, mas veio para o Rio com um ano) é cria dos deputados Marcio Pacheco e Hugo Leal. Durante mais de 20 anos trabalhou como assessor parlamentar, ora com um, ora com outro.

Quando compôs a chapa encabeçada por Wilson Witzel, em 2018, para o governo do estado, ele era vereador. Em 2020, se tornou governador após o afastamento do ex-juiz. Na época, Castro foi alvo de delação premiada do ex-secretário de Saúde, Edmar Santos, pivô das investigações contra Witzel.  Antes, ele já tinha sido alvo de outra delação premiada, então por parte do empresário Bruno Selem, relacionada com pagamentos de propinas em projetos sociais, também na área da saúde.

A 11 dias do início da propaganda eleitoral, ele se vê às voltas com o “caso Ceperj” que envolve pagamentos milionários a prestadores de serviços contratados pelo Centro Estadual de Estatísticas, Pesquisas e Formação de Servidores Públicos do RJ. A suspeita é que esses prestadores de serviço seriam funcionários fantasmas e que o montante dessa folha de pagamentos, na verdade, teria como finalidade financiar campanhas eleitorais.

No último dia 31 de julho, o Ministério Público do Estado do Rio de Janeiro (MPRJ) ajuizou uma Ação Civil Pública (ACP) com pedido de tutela de urgência para que o Estado do Rio de Janeiro e a Fundação Ceperj se abstenham de contratar pessoal e divulguem todas as contratações e remunerações em seu portal eletrônico. Ajuizada pela 6ª Promotoria de Justiça de Tutela Coletiva de Defesa da Cidadania, a ação, que tramita na 15ª Vara de Fazenda Pública da Comarca da Capital, também requer que o Banco Bradesco deixe de cumprir as ordens bancárias de pagamento emitidas pela Ceperj.

“A realização de saques ‘na boca do caixa’ que, no agregado, representem o levantamento de quase R$ 226,5 milhões de reais em espécie implica em um volume incomensurável de dinheiro oriundos dos cofres públicos circulando ‘por fora’ do sistema financeiro, cuja efetiva destinação será impossível de verificar”, diz um trecho da petição inicial do MPRJ.

 

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