COMPARTILHE
A pandemia adiou o sonho de muitas pessoas e as agendas de empresas que organizam casamentos já estão cheias para o segundo semestre de 2021 e para 2022. O avanço do calendário da vacinação fez com que algumas pessoas se sentissem confortáveis em celebrar seus votos, mesmo que em formato reduzido. As pequenas reuniões, com distanciamento social e uso de máscara já são tendência. Locais espaçosos e arejados também são alternativas encontradas pelos casais.
Sócio da Quinta do Parque, tradicional casa de festas de Niterói, Andre Pladema diz que observou uma maior procura de eventos para o segundo semestre deste ano. Com os casamentos represados e a expectativa da vacinação de primeira dose de maiores de 18 anos até agosto, as pessoas tiveram maior coragem em fechar uma festa.
– Após o segundo ‘lockdown’, em abril, parece que as coisas estão começando a voltar ao normal. A gente sempre aconselhou remarcar o evento para o segundo semestre porque era algo que a gente acreditava mais. O que aconteceu, de fato, foi que tivemos maior procura e, naturalmente, as festas se acumularam. Estamos com a agenda bem cheia para setembro, outubro e novembro deste ano – destacou Andre.
Segundo semestre apresenta grande procura
O cenário vai na contramão do primeiro semestre de 2021, que sofreu uma queda drástica na quantidade de eventos. Em média, foram realizadas duas festas por mês na Quinta do Parque. Antes da pandemia, eram em torno de seis festas por mês. Mas a expectativa é boa para os próximos meses. Até o momento, para cada mês já estão agendadas uma média de 12 festas, considerando setembro, outubro e novembro.
André conta que, para contornar o prejuízo provocado pela pouca adesão de eventos, resolveu se cadastrar no programa da Prefeitura para benefícios de funcionários, mas, para a sua surpresa, o CNAE não estava incluído, o que inviabilizou o benefício dos seus funcionários.
– Eu tive que fazer a demissão dos três funcionários de carteira assinada que trabalhavam comigo. E eu baixei o custo. Como a casa é nossa, não pagamos aluguel. Então, eu desliguei tudo e ficamos de porta fechada de março a outubro de 2020, sem poder receber cliente lá dentro – contou.
Como todo cuidado é pouco, agora as festas na Quinta têm o suporte do fiscal de salão, uma pessoa que fica responsável por monitorar os focos de aglomeração. Além disso, agora, em todo evento, é feita uma listagem: cada convidado precisa informar o nome, telefone e a cidade para mapeamento dos casos de Covid. A lista é encaminhada à Prefeitura, em caso de confirmação de infecção.
A reformulação dos buffets
Além da Quinta, André também comanda o buffet Lichia Gourmet. Ele diz que a procura tem crescido conforme as informações relacionadas à pandemia são atualizadas a cada momento pela mídia. A cada notícia de queda de ocupação hospitalar e indicadores positivos da pandemia, a procura aumenta. André conta que antes da pandemia, a comida era servida em uma mesa, num ponto fixo e os salgados eram servidos pelos garçons. Agora, tudo que era ponto fixo virou volante, o que significa dizer que o buffet é inteiramente servido pelo garçom. Os salgados são servidos em porção individual.
O buffet Rappanui, comandado pelo casal de chefs Margareth Rocha e Ricardo Pires, conhecidos pela gastronomia contemporânea brasileira, também apresentou uma queda considerável de procura no primeiro semestre deste ano. As restrições impostas no estado e nos municípios praticamente zeraram o trabalho do buffet. O Rappanui chegou a realizar alguns eventos entre os afrouxamentos das restrições sanitárias, mas só agora, para o segundo semestre, a perspectiva pode ser considerada otimista. A explicação não podia ser outra: o avanço do número de pessoas imunizadas com a primeira dose. Em Niterói, até o momento, esse número já corresponde a 63% da população elegível já vacinada.
– O primeiro semestre não foi nem de longe o que estávamos esperando. Acreditávamos que em 2021 já teríamos um nova realidade. Não foi mesmo um saldo positivo. A situação está melhorando por conta das medidas estarem afrouxando com aumento do número de vacinados. Nosso segundo semestre está com uma agenda boa. Uma parte dos casamentos e eventos sociais que aconteceriam no final do ano passado e no começo deste ano foram transferidos para o segundo semestre de 2021 e para 2022. Mesmo durante a pandemia, as pessoas não deixaram de sonhar e projetar seus casamentos.
A procura por propostas não é mais a mesma do primeiro semestre de 2021 e, muito menos, do segundo semestre de 2020, assim como houve também uma mudança nos desejos dos clientes, em termos de proposta e tamanho do evento.
– Antes os nossos clientes queriam evento para 300 pessoas. Agora eles estão atrás de eventos mais intimistas, no estilo Mini e ‘Micro Wedding’ ou de pequenos comitês, como jantares e almoços.
Loja de vestido para noivas também apresenta aumento
É nítido o retorno da procura por casamentos, uma vez que eles ficaram estagnados em 2020. Segundo o sócio proprietário da loja de vestido de noivas, Débora Noivas, antes da pandemia, a loja atendia em torno de sete casamentos por fim de semana, enquanto no ano passado, tinha mês que não havia um atendimento sequer.
– Acho que tem a ver com a questão da demanda reprimida. Tem muita gente que deixou o tempo passar para poder voltar a se planejar para o casamento. Mas ainda assim, não aumentou como era antes da pandemia. A procura aumentou consideravelmente em 2019 e 2020 prometia ser um ano de muitos casamentos, mas veio a pandemia em março e deu um choque em todo mundo – contou.
teve que ficar fechada por um tempo, a loja precisou que se reinventar. O que segurou as pontas foi a unidade em São Gonçalo e o atendimento online. Sócio da Débora Noivas conta que, como o cartório ficou aberto e o comércio por um período teve que fechar as portas, muitas noivas casaram e acabaram não realizando festa.
– O nosso setor é muito engessado. Como os casamentos foram adiados ou cancelados, não tivemos procura por um tempo. A gente trabalha com locação de roupa para noiva. Tínhamos muitos contratos que estavam celebrados para 2021. Muitas noivas alugaram nossa roupa em Niterói, mas se casaram em outra cidade. A Prefeitura nos podou de trabalhar em Niterói e nós tínhamos um contrato a cumprir. Para honrar o contrato, tivemos que telefonar para as noivas para elas alugarem a roupa em outro município, no caso, na nossa unidade em São Gonçalo. Ainda não chegamos ao nosso patamar, mas as expectativas são boas, especialmente em comparação com o período de maior número de casos de Covid – concluiu.
COMPARTILHE