Artista argentina, Mariana Bonifatti faz primeira exposição em Niterói
Por Livia Figueiredo
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Atualizado 15 de novembro de 2021
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Mostra “Milagre dos Peixes” entra em cartaz no Espaço Casa, a partir de quinta-feira (28), e retrata a vida marítima e o afeto com a pesca artesanal
Mariana Bonifati. Foto: Divulgação
Quando não está pintando, a argentina Mariana Bonifatti está fazendo música, compondo em meio a partituras que de alguma forma, ou de todas as formas, como ela bem define,inspiram seu trabalho artístico. Moradora da cidade há quase dez anos a artista plástica vai expor seu trabalho “Milagre dos Peixes” no Espaço Casa Niterói, na próxima quinta-feira, 28 de outubro, às 19h. A visitação será de segunda à sexta, das 8h às 20h, e sábados, das 8h às 18h. O público terá acesso gratuito às séries: “Aquarius” e “Pintando Música”. Essa é a primeira exposição da sala de coworking localizada em São Francisco.
Mariana nasceu em Mar Del Plata, na Argentina e, desde criança, desenvolve seu talento para a arte em múltiplas linguagens. Em 2008, quando chegou a Santa Catarina, começou sua trajetória profissional e se tornou uma artista múltipla, atuando como pintora, compositora, cantora e instrumentista. Em 2009, se mudou para Santa Teresa, no Rio de Janeiro. Três anos depois, decidiu se mudar para Niterói e adotou Piratininga como bairro do coração. Ela mora ao pé do morro do Tibau, numa casa onde mantém seu ateliê.
– Eu descobri Piratininga quando estava buscando casa para alugar. Como sou nascida em cidade de praia, de mar e de pescador, me apaixonei por Niterói e por esse tipo de vida que lembra muito a minha cidade que eu vivi quando pequena – recorda a artista.
Autodidata, sua obra é reflexo de várias técnicas e materiais, tendo como maior inspiração a música. A beleza e a expressão de suas pinceladas se fazem presentes nas cores fortes, vivas e expressivas. Os resultados são criações marcantes, que encantam pelas nuances e pelas histórias que transcendem linguagens artísticas. Em conversa com o A Seguir: Niterói, Mariana fala do ponto de fusão da pintura e da música, área em que também atua como professora de canto e de musicalização infantil.
– Não paro de criar. Minha maneira de viver é a arte. Já toquei no programa Arte na Rua da Prefeitura de Niterói, fiz shows de tango. Sou argentina, mas minha alma é daqui. Eu amo cultura brasileira e canto música brasileira desde antes de me mudar para cá. Essa é a primeira vez que vou fazer uma exposição individual na cidade. O convite surgiu porque eu fiz um quadro por encomenda, e a dona do Espaço Casa viu a obra.
A relação da pintura com a música é tão intrínseca que Mariana revela que fica difícil até desassociar. Por isso, quando está pintando, procura sempre colocar uma trilha sonora de fundo para estimular a criatividade e o fluxo de pensamentos:
– Quando vou pintar, a minha maior inspiração é a música. Não tem como separar. É difícil explicar, mas é como uma pulsão de vida. Eu posso ficar 15 horas por dia pintando. É um estado de graça total. Tenho pintado todos os dias durante a pandemia e sinto que estou evoluindo no meu processo de pintar – comentou.
Da cor à sombra, os olhos sempre em destaque, Mariana se permite brincar e explorar, várias possibilidades do seu fazer criativo, poético e visceral, mesclando texturas e técnicas, para romper limites, estruturas e paradigmas.
A relação com o mar, os peixes e os pescadores tem a ver com a sua rotina. A artista já fez uma homenagem a Dorival Caymmi com canções praieiras e diz que é amiga dos pescadores de Itaipu.
– Eu apresentei agora uma obra que foi escolhida no edital da Prefeitura sobre os pescadores de Itaipu. A ideia é representar essa luta da pesca artesanal e da cultura que está se perdendo. Essa raiz, as canoas antigas… Eu amo esse clima de Niterói, a paz que o bairro que escolhi para viver me traz. Acordo com passarinhos, é muito silencioso. Essa relação de que em cinco quadras eu puxo rede com os pescadores, ouço o mar quando vou dormir e ainda estou perto do movimento cultural. Niterói me conecta com minha essência – completou.
Mariana tem obras que foram utilizadas em capas de discos de músicos do Brasil e da Argentina e ainda é autora de dois murais no Rio de Janeiro, que são a marca registrada dos bares onde foram pintados. Colaborou também para o carnaval do Rio, na GRES Unidos da Tijuca (2012) e para o Salgueiro (2019). A artista tem um espaço virtual na Galeria de Arte Sala Djanira, do Centro Cultural CEPERJ, no Rio. É uma artista mentorada pelo Atelier Bruno Portella e também integra o grupo de artistas do Artrilha, Produção Cultural e Editora.
Mariana participou de grandes eventos como o Troop-Art e da Vogue Gallery Brasil; exposição individual “Pintando Músicas II”, no espaço Cultural “Terra Brasilis”, em Santa Teresa; exposição de Arte – Bikoo-ten, coletiva realizada no ICBA, Instituto Cultural Brasil/Argentina, no Consulado Argentino (2009); exposição coletiva da Academia do Tango do Brasil no 1º Salão de Arte e Pintura “Tango uma Paixão”, na galeria de arte do Clube Militar de Rio de Janeiro; 20º edição de Arte de Portas Abertas, com exposição coletiva no Centro Cultural Laurinda Santos Lobo, de Santa Teresa (2010); exposição Coletiva, Academia do Tango do Brasil, 2º Salão de Arte e Pintura “Tango , uma Paixão”, na Associação Brasileira de Imprensa do Rio de Janeiro; evento Mola , no Circo Voador (2010), na exposição coletiva “Encaixe-se” (2011), entre outros.
Serviço
Exposição “Milagres dos Peixes”
Data: A partir de 28 de outubro (quinta-feira)
Horário: De segunda a sexta, das 8h às 20h, e sábados das 8h às 18h
Endereço: Espaço Casa, na Avenida Padre Natuzzi, 126, em São Francisco