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A Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa) aprovou, por unanimidade, nesta quinta-feira (20), a autorização emergencial da vacina CoronaVac para crianças e adolescentes de 6 anos a 17 anos, exceto em casos de menores imunossuprimidos (com baixa imunidade).
Crianças e adolescentes com comorbidades também poderão receber a Coronavac , que será aplicada em duas doses, com intervalo de 28 dias. A vacina é a mesma utilizada atualmente na imunização de adultos, sem nenhum tipo de adaptação para uma versão pediátrica.
O imunizante foi desenvolvido pelo Instituto Butantan (SP) que, inicialmente, havia pedido aprovação para uso em crianças a partir de 3 anos. A área técnica da Anvisa argumentou que os dados disponíveis ainda não permitem identificar benefício e segurança já a partir desta idade.
Ao todo, cinco diretores votaram a favor da liberação: Meiruze Sousa Freitas, Alex Machado Campos, Rômison Rodrigues Mota, Cristiane Rose Jourdan e o próprio diretor-presidente da Anvisa, Antônio Barra Torres. O gerente-geral de Medicamentos e Produtos Biológicos da Anvisa, Gustavo Mendes, que fez a apresentação da área técnica, antes da votação, explicou que a ampliação da faixa etária para 3 a 5 anos poderá ser feita quando houver mais dados disponíveis.
A SBP (Sociedade Brasileira de Pediatria), Sbim (Sociedade Brasileira de Imunizações) e SBI (Sociedade Brasileira de Infectologia) também apoiam a autorização e extensão do uso da vacina Coronavac para crianças de 6 a 17 anos.
Um dos estudos usados para a análise foi da vacinação no Chile, com cerca de 1,9 milhão de crianças acima de 6 anos, que teve resultado preliminar de efetividade na população de 6 a 16 anos. As evidências científicas disponíveis sugerem que há benefícios e segurança para utilização da vacina na população pediátrica.
No Brasil, a vacinação contra Covid em crianças entre 5 e 11 anos está sendo feita com a vacina Pfizer, aprovada pela Anvisa em 16 de dezembro de 2021, para uso pediátrico. Até o momento, esse era o único imunobiológico autorizado, no país, para vacinação de adolescentes partir de 12 anos.
Por meio de nota, o Instituto Butantan, fabricante da CoronaVac em parceria com a biofarmacêutica chinesa Sinovac, informou que a autorização ocorreu após avaliação de pedido enviado à Anvisa no dia 15 de dezembro, embasado em estudos de segurança e resposta imunológica vindos de países como Chile, China, África do Sul, Tailândia e também do Brasil. Diz o comunicado:
“A CoronaVac é cientificamente comprovada como a vacina mais segura e com menos efeitos adversos, além de ser a vacina mais utilizada em todo o mundo, com mais de 211 milhões de doses administradas no público infantil e juvenil (de 3 a 17 anos) somente na China. O Instituto Butantan, que há 120 anos trabalha a serviço da vida, está preparado para fazer parte de mais esta batalha para derrotar o vírus da Covid-19 no país”.
Nesta semana, o ministro da Saúde, Marcelo Queiroga, afirmou que compraria a CoronaVac para crianças e jovens desde que a vacina fosse aprovada pela Anvisa. Segundo Butantan, há 12 milhões de imunizantes prontos à disposição do governo.
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Com O Globo, Folha S.Paulo e Agência Brasil
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