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Após 17 horas da colisão do navio, Ponte Rio-Niterói teve o tráfego normalizado nesta terça-feira (15)

Por Sônia Apolinário
| aseguirniteroi@gmail.com

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Ecoponte: “Avaliação feita na estrutura da Ponte Rio-Niterói mostrou que a colisão do navio não causou comprometimento na estrutura da via”.
reparo ponte
Obras de reparo em trecho do guarda-corpo terminaram às 10h30 desta terça-feira. Fotos: Ecoponte

Após cerca de 17 horas com pistas interditadas, total ou parcialmente, a Ponte Rio-Niterói teve o tráfego normalizado, nos seus dois sentidos, nesta terça-feira (15), às 10h37.

Na noite anterior, durante cerca de três horas, as vias foram totalmente interditadas, após o navio São Luiz, que estava ancorado na Baía de Guanabara desde 2016, ter se soltado, ficado à deriva e se chocado contra a ponte. O acidente aconteceu às 18h25.

Leia mais: Ponte Rio-Niterói é interditada por três horas após colisão de navio

Guarda-corpo reparado. Foto: Polícia Rodoviária Federal do Rio de Janeiro

Nesta terça-feira, por volta das 9h30, a concessionária Ecoponte informou que uma avaliação feita na estrutura da Ponte “mostrou que a colisão do navio não causou comprometimento na estrutura da via”. Até aquele horário, reparos ainda estavam sendo feitos em um trecho do guarda-corpo.

Por conta da volta das pessoas que aproveitaram o feriado de 15 de novembro para viajar, a Ecoponte estima que, nesta terça e quarta-feira (16), cerca de 136,2 mil veículos deverão passar pela Ponte Rio-Niterói em direção ao Rio – as vias, neste sentido, foram as últimas a terem o trânsito totalmente liberado, após a colisão do navio. Já em direção a Niterói, no mesmo período, o fluxo previsto é de 121,9 mil veículos.

Os reparos, segundo a Ecoponte, começaram a ser feitos ainda na noite de segunda-feira. A expectativa era sobre possíveis avarias na estrutura provocadas pelo acidente.

Foi o prefeito do prefeito do Rio de Janeiro, Eduardo Paes, o primeiro a falar sobre o assunto, na noite de segunda-feira (14). Por intermédio das suas redes sociais, ele informou:

“Equipe técnica vistoriou os pilares 71, 72 e 73 e não detectou nenhuma avaria na estrutura (infra e meso). Avaliação nos aparelhos de apoio estão indicando danos de pequena monta. Devem liberar trafego, parcialmente, em pouco tempo.”

De fato, cerca de meia hora depois, às 21h30, o trânsito foi totalmente liberado no sentido Niterói e parcialmente liberado, em direção ao Rio. Naquele sentido, no trecho chamado Grande Reta, entre os pórticos 11 e 12, duas faixas permaneceram fechadas para que os reparos no guarda-copo fossem feitos.

Estrutura

O engenheiro Carlos Camargo, bacharel em Ciências Náuticas e especialista em Gerenciamento de Risco pelo Conselho Britânico de Segurança, disse à GloboNews que, durante a vistoria, os técnicos devem ter feito um acesso por dentro e por fora das vigas da ponte para avaliar possíveis comprometimentos das estruturas.

Ainda segundo o especialista, a Ponte foi construída com previsão para riscos de magnitude considerável, como a colisão de navios. Ele explica também que as sapatas da ponte, além dos dois adjacentes de cada lado, localizadas principalmente no vão central, têm proteções justamente para evitar o contato com o navio.

Essa precaução extra minimizou o impacto, afinal foi a torre de combustão, a parte mais alta, onde fica o comando do navio, que colidiu com os pórticos 11 e 12, no lado de dentro da baía, ou seja, na pista sentido Niterói-Rio.

São Luiz

O São Luiz colidiu de lado com a Ponte Rio-Niterói. Foto: Carlos Ribeiro, exclusiva para o A Seguir.

A embarcação que se chocou contra a ponte é um navio graneleiro que pertence à empresa Navegação Mansur cuja sede fica no centro do Rio de Janeiro. Tem 200 metros de extensão, 30 metros de largura e capacidade de carga original de 42.815 toneladas.

O acidente aconteceu porque arrebentou a amarração do navio, o que fez com que ficasse à deriva, sendo empurrado pelo forte vento. O São Luiz “mora” na Baía de Guanabara desde 2016, segundo informou a Marinha do Brasil.

“A destinação da embarcação São Luís é objeto de processo judicial. Enquanto aguarda a decisão judicial, a embarcação permanecia fundeada em local predefinido pela Autoridade Marítima, na Baía da Guanabara, desde fevereiro de 2016, sem oferecer riscos à navegação. Um Inquérito sobre Acidentes e Fatos de Navegação (IAFN) será instaurado para apurar causas, circunstâncias e responsabilidades do acidente”, informou a Marinha, em nota.

De acordo com a ONG Baia Viva, mais de 70 embarcações estão abandonadas, se deteriorando, na Baía de Guanabara.

“O Movimentos Baía Viva  tem alertado autoridades públicas federais e estaduais sobre o risco de novos desastres ambientais nas águas da Baía de Guanabara, em função da presença de grande número de embarcações abandonadas.  No Canal de São Lourenço, em Niterói,  há cerca de uma centena de barcos, chatas e outras embarcações de diferentes portes apodrecendo há décadas”, informa um texto publicado no site da instituição criada na década de 1980 por pesquisadores e ecologistas.

Segue o texto:

“Ao longo deste tempo, sempre houve o risco de vazamento de óleo e de outras substâncias químicas e metais pesados oriundos destas embarcações que apodrecem no fundo da Baía ou que encontram-se ancoradas no espelho d’água de forma precária e insegura, sem dispor da devida fiscalização periódica seja por parte do Instituto Estadual do Ambiente – INEA ou o IBAMA, nem mesmo por parte da Capitania dos Portos”.

 

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