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Apadrinhada por Richarlison, Dança do Pombo surgiu em Niterói sem querer querendo

Por Gabriel Mansur
| aseguirniteroi@gmail.com

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Lançada em 2014, música só viralizou quatro anos depois, quando Richarlison fez a coreografia pela primeira vez
Richarlison fazendo a dança do pombo. Foto: Lucas Figueiredo/CBF
Richarlison fazendo a dança do pombo. Foto: Lucas Figueiredo/CBF

Desde que marcou o golaço de voleio contra a Sérvia, pela estreia do Brasil na Copa do Mundo, Richarlison viralizou nas redes sociais com a famosa “Dança do Pombo”. Na goleada por 4 a 1 contra a Coreia do Sul, nesta segunda-feira (6), pelas oitavas de final da competição, até o técnico Tite decidiu acompanhar o movimento.

Leia mais: Copa do mundo tira da política a camisa da seleção, em Niterói

De autoria de MC Faísca e os Perseguidores, grupo de funk da vizinha São Gonçalo, a “Dança do Pombo” surgiu no ano de 2014, precisamente na cidade de Niterói. De acordo com o artista, tudo começou na Praia de Charitas, quando um pombo cagou em sua camisa.

– Eu estava na praia de Charitas com a minha namorada na época, e um pombo fez um cocozinho no meu ombro. No momento eu fiquei revoltado, fiquei chateado e tal, a blusa era nova. Chegando na casa dela, ela contou: “ih, o pombo sujou ele”. Aí as crianças de lá começaram a me zoar, me chamando de pombo, aí eu fui entrar no clima e fiz a dança, a coreografia da música. A coreografia veio primeiro que a música – afirmou à ESPN

Embora tenha sido lançada em ano de Copa do Mundo do Brasil, a música não tinha qualquer relação com o mundo do futebol – e também não chamava atenção dos fãs do esporte. Até que caiu nas graças de Richarlison, responsável por levar o hit a outro patamar.

Em vídeo postado nas redes sociais – e que gerou uma grande repercussão – o Pombo fez a coreografia pela primeira vez em 2018, ao marcar pelo Everton, da Inglaterra. A comemoração, ao longo do tempo, virou uma espécie de “marca registrada” do atacante.

O menino dos olhos

Dos casos de racismo, passando pela tragédia do coronavírus e até mesmo as queimadas no Pantanal, Richarlison foge do lugar-comum de isenção dos jogadores de futebol e se posiciona de forma progressista sobre os temas.

No auge da pandemia da Covid-19, por exemplo, o jogador se aliou à Universidade de São Paulo (USP) e ajudou a arrecadar recursos para desenvolvimento de pesquisas científicas. No ano passado, sua chuteira usada na vitória sobre o Peru, pela semifinal da Copa América, rendeu quase R$ 7 mil para o programa USP Vida.

O “Pombo” também costuma se posicionar contra o racismo e a letalidade policial. Em entrevista à Placar, em junho de 2021, o jogador citou os assassinatos do menino João Pedro, morto por policiais em uma operação no Complexo do Salgueiro, e George Floyd, que foi asfixiado, também por um policial, em Minneapolis, nos EUA.

Ao diário esportivo argentino Olé, em setembro do ano passado, Richarlison também lamentou o uso político da camisa da seleção.

– Hoje em dia, o pessoal leva muito (a camisa) para o lado político. Isso faz a gente perder a identidade da camisa e da bandeira amarela. Acho importante que eu como jogador, torcedor e brasileiro, tente levar essa identificação para todo o mundo – comentou o jogador à época.

“One Love”

Antes da Copa do Mundo, capitães das seleções europeias entraram em consenso sobre entrar em campo com a inscrição “one love” e as cores da bandeira LGBTQUIAP+ em suas braçadeiras.

Era um protesto contra os ataques do governo catari aos direitos da população LGBTQUIAP+ no país, onde ser gay é considerado crime. Em entrevista coletiva, Richarlison não se esquivou da questão e defendeu o protesto.

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