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O antropólogo social Roberto DaMatta ministrou uma aula pública, no Instituto GayLussac, na última quarta-feira (27). Doutor e mestre pela Universidade de Harvard, ele foi pioneiro na investigação do Brasil como sociedade e sistema cultural.
Tendo como tema a cidadania, DaMatta resgatou, na sua aula, o histórico aristocrata do país e esclareceu a relação entre “casa” e rua”, ilustrando diversas corrupções pautadas em privilégios e hierarquias.
O evento marcou o lançamento do livro “Dando um jeito no jeitinho” que reúne 170 crônicas escritas por alunos do 9º ano do Ensino Fundamental. O objetivo do projeto é provocar incômodo e reflexão sobre as pequenas atitudes do famoso jeitinho brasileiro, tema de reflexões já feitas pelo próprio DaMatta.
“O livro está muito bem elaborado e editado. Eu gostaria de parabenizar a professora e os alunos. A partir de vocês, fiquei pensando no que é dar um jeito. Eu já sabia que essa escola era uma das melhores do Brasil, mas, agora, tenho certeza absoluta, porque não é toda escola que faz os alunos escreverem um livro”, afirmou o antropólogo.
A obra é fruto de debates promovidos em sala de aula pela professora Karla Faria. Ela observou que, na etimologia, a palavra corrupção parte da ideia daquilo que se deixou estragar. Segundo a professora, “é muito interessante” ver as reações quando se pergunta quais atos de corrupção o aluno e sua família já cometeram.
“Para nós é uma honra ter a leitura do professor que tanto nos ensinou e continua ensinando sobre o modo de viver socialmente do povo brasileiro”, afirmou a professora que agradeceu aos estudantes escritores que “aceitaram o desafio e transformaram o incomodo em uma reflexão consistente, virando do avesso o jeitinho do que não se deve ser. Dando, portanto, um jeito no jeitinho”.
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