12 de dezembro

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Análise: Eleição em Niterói troca cabo eleitoral por influenciador digital

Por Por Luiz Claudio Latgé

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Sem TV, sem corpo a corpo, redes sociais podem definir eleição
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A eleição deste ano será diferente de todas as outras. Não pelos candidatos, que representam forças tradicionais da cidade, depois que o representante natural da direita bolsonarista, deputado Carlos Jordy, ficou fora da disputa. Mas pelas restrições impostas pela pandemia, e pelos traumas de seis meses de quarentena e vida precária. Não haverá corpo-a-corpo. Numa campanha baseada nas redes sociais, o cabo eleitoral, decisivo em todos os pleitos na cidade, será trocado pelo influenciador digital – e, sobretudo, por robôs.

O papel da internet nas eleições já é bem conhecido. No mundo, desde a eleição de Obama. Mais tarde, na escolha de Trump. E no Brasil, com o tsunami que levou Bolsonaro à Presidência, e elegeu desconhecidos como Wilson Witzel, já tornado ao pó de onde surgiu, e varreu do mapa partidos e líderes tradicionais.

Mas todo este poderio das redes sociais não foi testado ainda nas eleições municipais. Em 2018, Niterói deu a Bolsonaro mais da metade dos votos, desde o primeiro turno – isso numa cidade que nos últimos 30 anos elegeu governos de esquerda. E não ficou de fora da polarização política e do festival de fake news que pautou a disputa.

A propaganda nas ruas, gente abanando bandeiras nas principais vias da cidade, bandinhas e buzinaços não devem desaparecer. Mas há menos dinheiro na campanha e com todas as restrições de aglomeração, o corpo–corpo vai ser mais difícil. No domingo, quando a campanha começar, começará também o bombardeio nas redes sociais. O cabo eleitoral da internet vai aparecer em posts anônimos atacando adversários e proclamando seus candidatos.

Ao eleitor, depois de passar tanto tempo em casa, assustado com os riscos existentes em cada esquina, em tempos de Covid, recomenda-se manter o isolamento social de toda informação sem procedência e que não possa ser confirmada. Duplicar mensagens falsas, é o novo contágio. Assim se formam bolhas, correntes e boiadas. Não tem máscara nem cloroquina para evitar. Apenas a consciência de cidadania de cada um.

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