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Alucinações, convulsões, náuseas, desmaio e variações na pressão arterial. Esses são os principais sintomas de alerta dados pelo corpo em decorrência do calor extremo, segundo informou a secretaria de saúde do município do Rio de Janeiro.
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No documento “Protocolo de Calor”, elaborado pelo órgão, constam, ainda, que o calor elevado pode causar vários danos à saúde. Foram listados como sendo os principais: estresse; suor em excesso que pode até causar desidratação; insolação; descompensação cardiovascular; ressecamento de olhos e pele, além de queimaduras.
E não para por aí. De acordo com o documento, o calor extremo também pode provocar aumento da taxa de respiração, piora na alergia e da asma, agravamento de doença pulmonar obstrutiva crônica, lesões hepáticas, câimbras, espasmos musculares, fraqueza, dores de cabeça, tonteira, irritabilidade, perda de coordenação, confusão mental, delírio, ansiedade, perda de consciência, derrames, arritmia e falência renal.
O protocolo da secretaria de Saúde do Rio ainda listou os grupos de pessoas mais vulneráveis a enfrentar problemas de saúde em decorrência do calor extremo: idosos, crianças. portadores de doenças crônicas não transmissíveis (DCNT), gestantes e lactantes, pessoas em situação de rua, pessoas que exercem atividades profissionais ao ar livre, desportistas que praticam exercícios vigorosos no calor, indivíduos com restrição de mobilidade e acamados.
A prefeitura do Rio vem trabalhando com uma escala que vai de 1 a 5 em nível de calor. Em 17 de janeiro, às 12h35, o Rio atingiu o nível “Calor 4” pela primeira vez. Esse estágio, segundo a prefeitura, é decretado quando há o registro de temperatura entre 40°C e 44°C, com previsão de permanência ou aumento por, ao menos, três dias consecutivos. O nível 5 será designado para dias de calor acima de 44 graus por duas horas consecutivas, em três dias seguidos.
“Os níveis de calor adotados pela Prefeitura do Rio de Janeiro foram definidos a partir da combinação da temperatura média da cidade e da umidade relativa do ar, ou seja, do Índice de Calor. O aumento da temperatura média global traz preocupações quanto às consequências para a saúde da população”, informa o documento “Protocolo de Calor”.
Segundo o Serviço de Mudança Climática Copernicus (C3S), janeiro de 2025 foi o janeiro mais quente já registrado, com temperatura média mundial de 13,23°C, superando em 0,79°C a média do período 1991-2020 e em 1,75°C os níveis pré-industriais.
Um outro estudo, dessa vez feito pela secretaria estadual de Saúde, fez uma relação entre o aumento de número de mortes, em diferentes regiões do estado, durante um dos períodos de “onda de calor”, entre 11 e 18 de novembro de 2023.
As análises comparam o número de mortes, naquela época, com o número de mortes, no mesmo período, entre 2013 e 2022. A mortalidade dos anos de 2020 e 2021 foi desconsiderada por conta da pandemia de Covid-19
De acordo com o estudo, entre nove regiões do estado, a Noroeste concentrou o maior risco de mortalidade durante a onda de calor. A área inclui os municípios de Aperibé, Bom Jesus do Itabapoana, Cambuci, Cardoso Moreira, Italva, Itaocara, Itaperuna, Miracema, Natividade, Porciúncula e Santo Antônio de Pádua. Nessa região, segundo o estudo, os óbitos cresceram 19%.
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