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Alessandra Marques: ‘O PCO quer um verdadeiro governo dos trabalhadores’

Por Sônia Apolinário
| aseguirniteroi@gmail.com

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Eleições 2024: A Seguir fará entrevistas com todos os candidatos à prefeitura de Niterói. A quarta da série é Alessandra Marques (PCO)
Alessandra dos Santos Marques
A carioca Alessandra Marques é designer de moda e mora em Niterói desde o ano 2000. Foto: Divulgação

Eleições 2024: A Seguir fará entrevistas com todos os candidatos à prefeitura de Niterói. A quarta da série é Alessandra Marques (PCO)

Carioca, ela mora em Niterói desde o ano 2000. Aos 49 anos, a designer de moda encara uma eleição pela segunda vez. Em 2022, tentou se eleger deputada federal. Seu nome até constou na listagem das urnas, porém, sua candidatura foi considerada inapta pelo Tribunal Regional Eleitoral (TRE)-RJ porque seu partido foi “reprovado” no DRAP (Demonstrativo de Regularidade de Atos Partidários).

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Agora, ela encabeça uma chapa que tem como vice Solange Pereira, também PCO, em sua primeira candidatura.

Na introdução do seu “Programa para as Eleições 2024” ela explicita seu principal posicionamento e do partido:

“O papel dos candidatos, caso eleitos, não é nem mesmo se propor a resolver todos os problemas das cidades. O papel primordial é de se colocar como representante da luta dos trabalhadores no governo. É de ser um governo que permita que a população tome as suas próprias decisões. Nesse sentido, o PCO defende um governo dos trabalhadores”.

Sendo assim, sua primeira providência, caso seja eleita prefeita de Niterói é “simples”.

– Minha primeira iniciativa em um governo liderado pelo PCO seria convocar as organizações dos trabalhadores da esquerda para assumirem o governo através de um conselho operário e popular que passasse a governar a cidade – disse ela que é moradora de Itaipu, na Região Oceânica de Niterói.

Confira a entrevista

 

Na eleição passada de 2022, a senhora foi candidata à deputada federal. Agora, disputa a prefeitura de Niterói. Por que?

Alessandra dos Santos Marques: Venho como candidata à prefeitura porque, além de ser uma excelente época para o trabalho de rua junto ao povo, porque a candidatura serve como um holofote, para ser uma opção de candidatura que realmente defende um governo de trabalhadores; para despertar o povo à organização política e também divulgar a luta de classes e o programa revolucionário do Partido da Causa Operária.

 

Qual seu principal projeto para implantar em Niterói, caso seja eleita prefeita? 

ASM: Primeiro, é importante esclarecer que qualquer candidato que se proponha a fazer grandes projetos está mentindo e enganando o povo. A nossa proposta para implementar qualquer política é a organização de conselhos compostos pelos trabalhadores. É necessário que o próprio povo determine o que, de fato, precisa ser feito. Então, a tarefa de qualquer governo é não só discutir, mas garantir que o povo tenha uma participação efetiva no processo político. Por exemplo, como prefeitos e os políticos do Legislativo não usam transporte coletivo, sempre tive a impressão que eles não têm a menor noção de como os ônibus são péssimos, mesmo os veículos mais novos: incômodos, bancos mal dispostos, apertados, quantidade de linhas e de carros insuficientes, arrastam-se para chegar no destino do passageiro – da Região Oceânica, até o Centro, fora do horário de rush, leva-se mais de uma hora!.

 

Quais os principais problemas de Niterói e como pretende solucioná-los caso seja eleita?

ASM: Como a maioria das cidades, os problemas principais são os serviços básicos deficientes, como saúde, educação, transporte, infraestrutura, emprego. Além da atuação dos conselhos indispensável no direcionamento das soluções, as quais necessitam de dinheiro. Quase metade do orçamento federal (46,3%, em 2022) é para o pagamento de uma dívida pública “sem fim”, quer dizer, vai para as mãos de banqueiros um dinheiro que deveria ser para investimento em serviços para a população. Portanto, é urgente parar de pagar a dívida do município e para tanto será necessário uma campanha pública.

 

O seu partido, o PCO, não tem direito ao horário eleitoral gratuito. Acredita que sua candidatura sai em desvantagem?

ASM: Obviamente, a falta de espaço para partidos menores e sem representantes eleitos cria, propositalmente, desvantagem. É uma forma de barreira para impedir o crescimento do Partido, dificulta ser conhecida pelos eleitores. O objetivo real da burguesia é ter o mínimo de partidos disputando, tendo assim um controle muito mais preciso de quem poderá ser eleito. Impedir a gente de participar de debates, do horário eleitoral gratuito, é uma sabotagem, é uma arbitrariedade que impede os trabalhadores de conhecerem todos os partidos que participam das eleições. O que sai em destaque é somente na imprensa, é somente um ou outro. 

 

No seu “Programa para as Eleições 2024” consta: “Não faz parte de nosso programa governar com a Câmara de Vereadores”. O que isso significa, na prática?

ASM: O Legislativo, no geral, não é um representante legítimo da vontade do povo; (os parlamentares) estão à mercê de interesses dos empresários e banqueiros. Para conquistar verdadeiras melhorias para os trabalhadores, é necessário que os próprios tenham uma participação decisiva na tomada de decisões e nas escolhas dos representantes das pastas e de projetos na cidade. Se quisermos discutir uma melhoria no transporte público, é necessário consultar a população de duas demandas e montar grupos de pessoas que possam implementá-las. Se o povo quer expandir o metrô, tem que fazer metrô.

 

Também no seu programa consta a intenção de fazer um “Cancelamento das leis absurdas”. Pode citar alguns exemplos de “leis absurdas” do município que a senhora cancelaria, caso seja eleita prefeita?

ASM: Posso citar a nova lei urbanística que aumentou o gabarito da cidade e permitiu construção em áreas antes protegidas. Uma lei claramente para benefício da especulação imobiliária, contrária aos desejos da população e a preservação da cidade. Ou o decreto que transformou boa parte dos locais públicos em que é possível estacionar um veículo em vaga paga, a qual é cobrada pela concessionária Niterói Rotativo. 

 

Em caso de um segundo turno sem a sua participação, pretende apoiar algum candidato?  

ASM: Nossa política é de apoiar somente candidaturas de luta, da militância, ou seja, pessoas ligadas de fato ao movimento operário. Em caso de segundo turno, não temos planos para apoiar nenhum outro candidato, por esses motivos 

 

Caso seja eleita, qual será sua primeira ação como prefeita de Niterói?

ASM: A eleição representaria um apoio popular e uma mobilização em favor de um governo do povo, um governo dos trabalhadores. Nesse sentido, a primeira iniciativa de um governo liderado pelo PCO seria convocar as organizações dos trabalhadores da esquerda para assumirem o governo através de um conselho operário e popular que passasse a governar a cidade. O PCO não quer o governo de um indivíduo; o PCO é contra o regime atual, que é uma ditadura de representantes das empresas, da burguesia. O PCO quer um verdadeiro governo dos trabalhadores, um governo que a população decida sobre os destinos da cidade e do país

 

Qual seu local preferido na cidade?

ASM: Difícil apontar um único local. Gosto de ver os pescadores chegando cedo, na Praia de Itaipu.

 

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