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O Boletim Observatório Covid-19 Fiocruz, publicado na última quinta-feira (7), aponta com otimismo a queda nos óbitos por covid no país, além da estagnação na taxa de ocupação de leitos de UTI Covid-19 para adultos no Sistema Único de Saúde (SUS). Porém, o relatório demonstra que o Estado do Rio ainda está com risco intermediário de contaminação (65%) e reforça que a vacinação sozinha não vai conter a pandemia. Mesmo cidades com esquema vacinal avançado, como Niterói, que já aplico a segunda dose em mais de 66% da população, outros cuidados devem ser observados.
“Embora de grande importância, a vacinação não pode ser tratada como a única medida necessária para interromper a transmissão do vírus entre a população. É essencial que, concomitantemente, ainda sejam adotadas medidas para conseguir bloquear a circulação do vírus.” diz o boletim.
O infectologista e pequisador da Fiocruz, Douglas Xavier, que integra o Observatório e também assina esta edição do boletim, afirma que iniciativas de liberar o uso de máscara, mesmo em locais públicos abertos, é um risco para as cidades da Região Metropolitana, como Niterói, por causa da intensa circulação de pessoas, que geralmente moram em uma cidade e trabalham em outra:
– A conexão que nós temos entre os municípios do Rio, Niterói, São Gonçalo, e Duque de Caxias, por exemplo, é muito intensa. Então, é delicado que um município tome uma decisão sem compartilhar essa decisão com os outros. Quando a gente vê cidades criando medidas de flexibilização do uso de máscaras, é muito difícil entender com que base está se tomando essa decisão. Principalmente quando a gente vê que nessa área, a gente tem de 40% a 50% de pessoas com a imunização completa.
O especialista afirma que sair de casa sem máscara não é uma decisão positiva para a saúde pública neste momento. Para ele, o índice vacinal de toda a região precisa ser levado em consideração antes das administrações municipais decidirem por liberar sua população do equipamento de proteção:
– É preciso que se alcance um índice de 75% a 80% com as duas doses, pelo menos, pra que a gente possa começar a pensar em flexibilizar o uso de máscara em locais abertos.
O boletim destaca, ainda, que mesmo em pessoas que já tomaram as duas doses, a immunização “não elimina a possibilidade de se infectarem e menos ainda de transmitirem para outras pessoas ainda com esquema vacinal incompleto ou sem a primeira dose.” Para isso, a Fiocruz recomenda que o uso de máscara seja mantido, tanto como estratégia institucionalizada pelos municípios quanto como medida individual de proteção.
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