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A Agência Jovens Comunicadores vai passar a contribuir com o A Seguir: Niterói, formando uma parceria com o objetivo de abranger o repertório e os territórios cobertos pelo jornal. Uma iniciativa da Bem TV, a agência é formada por jovens de periferia de 15 a 29 anos que têm muito a contribuir com a comunicação e a sociedade.
Conheça a história e alguns integrantes da equipe que é a mais nova parceira do A Seguir: Niterói.
A Agência Jovens Comunicadores
A Agência é formada por 32 jovens, de 15 a 29 anos, que integraram outros projetos da Bem TV. Eles se dividem em grupos de texto, audiovisual e podcast, imagem, e redes sociais, mas as funções se misturam, para que todos possam aprender e experimentar todas as áreas da comunicação.
Suas pautas vão de encontro aos interesses do grupo e do território onde os participantes moram. Temas como acesso à educação superior, tecnologia, comunicação popular, violência doméstica e mercado de trabalho para a juventude estão no repertório do coletivo.
A primeira publicação da Agência foi em março, no site da Bem TV, abordando cultura do cancelamento e seus malefícios para a saúde mental.
Quem faz parte
Gyander Matias, 23, estuda marketing e faz parte das equipes de audiovisual e de texto. Seu interesse na área veio a partir dos comerciais que via na televisão, que o impressionavam pela possibilidade de vender uma ideia a um público grande.
Atualmente, além de integrar a Agência, ele é gestor de mídias sociais, e já trabalhou na Feira Literária de São Gonçalo, a Flisgo, pouco antes do isolamento social começar no ano passado.
– Sempre gostei muito de ver TV, e gosto muito de comercial. Achava genial as abordagens. Resolvi pesquisar, e descobri o marketing.
ara entrar na Agência, os participantes precisaram passar por uma atividade formativa online, oferecida pela Bem TV. O jovem explica porquê o projeto Jovens Comunicadores foi importante para sua formação:
– Me agregou muito. Na parte comunicativa, consegui me desenvolver melhor. Fui apurando meu senso crítico, meu olhar pra identificar pautas nos lugares onde eu frequento… Resolvi experimentar o jornalismo, e talvez faça uma segunda faculdade.
Morador do Morro do Estado, ele é o único na família a trabalhar com comunicação. Sua mãe é vendedora, e o pai, pescador. Ele confessa que, a princípio, a família tinha receio de que sua escolha profissional não lhe desse segurança, mas hoje apoia. Gyander até se inspira neles para pensar conteúdo:
– Queriam que eu fizesse algo seguro, consistente, e quando escolhi o curso eles ficaram apreensivos. Hoje em dia, eles já não pensam assim. Não sei pescar, nunca tive interesse em aprender. Mas penso, sim, em falar sobre isso. Acho super importante.
Mas Gyander tem boas referências para se inspirar, como o escritor e cientista social Rodrigo França, autor do livro O Pequeno Príncipe Preto, adaptação de uma peça infantil inspirada em contos africanos e no livro O Pequeno Príncipe, de Saint-Exupéry.
Já Maria Francisca, 19 anos, participa do grupo de imagem, produzindo artes para redes sociais e ilustração das matérias. Diferente de Gyander, ela não participou do Jovens Comunicadores 500+, e chegou à Agência indicada pelo GRESS Garra de Ouro, outro Ponto de Cultura da cidade, por já demonstrar interesse na área de comunicação visual.
Assim como ela, outros nove participantes foram indicados por Pontos de Cultura como o Quilombo do Grotão, o Banco Comunitário do Preventório, a Associação Fluminense de Fotografia.
A jovem designer explica que, apesar de ter seu foco, a equipe é bem híbrida, e todos acabam participando de todo o processo de produção do conteúdo.
– Eu tô aprendendo, principalmente, a trabalhar com pessoas diferentes construindo um mesmo projeto, tecendo suas ideias pra construir uma coisa, de forma horizontal.
O aprendizado tem repercutido na vida profissional da jovem, que estuda História na UFF:
– Eu tenho conseguido arrumar alguns trabalhos de criação de identidade visual. E esses pequenos trabalhos têm me possibilitado ter alguma estabilidade, comprar livros, material que ajuda nos estudos.
Francisca acredita que o jornalismo tenha um papel na tomada de consciência sobre problemas sociais, e que também é papel do profissional de comunicação contribuir com a modificação de cenários de injustiça, por meio de um trabalho crítico e reflexivo:
– Eu acho que o trabalho do jornalista é fazer o registro da realidade, mas também se ver no lugar do outro, contribuir com a mudança. Através de pautas sociais no dia a dia, você consegue mobilizar as pessoas a perceberem que tem alguma coisa errada, que certos problemas não acontecem só com elas, que é um problema geral, e que podemos construir uma sociedade nova.
Parceria
O objetivo da parceria é o aprimoramento da narrativa da comunidade, abrangendo ‘territórios’ que nem sempre são cobertos pela mídia e abordando temas do interesse da população. A equipe A Seguir: Niterói dá as boas vindas aos novos parceiros.
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