COMPARTILHE
A previsão do Governo era entregar a ponte em 71, no máximo em 72. Demorou mais do que o previsto. Só ficou pronta em 4 de março de 74. E mobilizou 10 mil trabalhadores, às vezes trabalhando dia e noite, sem pausa nos fins de semana. Era o maior desafio da engenharia no Brasil, um projeto tão grande que foi disputado pelos Estados Unidos e Inglaterra. A Começar pelo desafio de fixar no fundo da Baía de Guanabara os pilares para a sustentação da ponte, trabalho feito por mergulhadores.
Nesta cobertura especial dos 50 anos da ponte, o A Seguir: Niterói conversou com o engenheiro responsável pelo serviço de execução na subaquática engenharia, pioneira em mergulho hiperbárico e líder em serviços subaquáticos. Luiz Lebreiro discorre sobre a técnica utilizada, os recursos, desafios e inovações da construção que virou referência na América Latina.
Leia mais: 1 – PONTE: A Ponte Rio-Niterói completa 50 anos como símbolo da modernidade do Brasil
Inovadora para a época, a técnica utilizada tinha em vista a lâmina d’água de 25 metros e a profundidade que os tubulões deveriam se ancorar na rocha, o equivalente a 55 metros, totalizando assim 80 metros.
Para assegurar que o tubulão estava na cota correta, e seu interior estava limpo e preparado para a colocação de armadura e lançamento do concreto, era necessária uma vistoria subaquática.
Foram então formadas equipes de mergulhadores engenheiros e engenheiros mergulhadores, que recorriam, por sua vez, às técnicas inovadoras de mergulho fundo com utilização de tabelas de descompressão e câmaras hiperbáricas. Essa técnica permitiu mergulhos com maior segurança e vistorias com resultados satisfatórios.
A participação da equipe de mergulho e dos engenheiros mergulhadores possibilitou a construção de blocos de concreto que apoiam os pilares de sustentação das vigas e passarelas e acelerou de forma significativa a construção da ponte Rio-Niterói e cumprindo, assim, o cronograma prometido pelas autoridades.
O mergulho fundo na prospecção de petróleo em alto mar
Nessa mesma época a Petrobras iniciou a prospecção e exploração de petróleo em alto mar em águas profundas.
A expertise conseguida nos serviços utilizados na construção da ponte abreviou os prazos e a Petrobras se utilizou de toda a equipe de mergulhadores experientes em mergulho fundo com câmaras hiperbálicas que só existia até então em outros países.
As empresas nacionais de engenharia subaquática conseguiu atender a essa demanda sofisticada da indústria do petróleo.
*Luiz Lebreiro é engenheiro formado em 1974. Trabalhou nos serviços de execução da ponte na subaquática engenharia pioneira em mergulho hiperbárico e líder em serviços subaquáticos.
COMPARTILHE