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1º Mostra Manas apresentará em Niterói obras feitas exclusivamente por mulheres

Por Livia Figueiredo
| aseguirniteroi@gmail.com

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O evento gratuito terá shows, apresentação musical e exibição de filmes. Será realizado em 14 e 15 de janeiro, no Teatro Popular de Niterói
Manas Produtora (3)
Mostra idealizada e feita apenas por mulheres aposta na diversidade de atrações. Foto: Divulgação

A 1º Mostra Manas de Artes Integradas – EntreVivências desembarca em Niterói com uma programação de obras artísticas realizadas exclusivamente por mulheres. O evento, que inclui performances, shows, apresentação musical, artes visuais, exibição de filmes e oficinas, será realizado nos dias 14 e 15 de janeiro (sábado e domingo), das 14h às 22h, no Teatro Popular de Niterói. A entrada é franca.

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No primeiro dia, a mostra contará com o show “Cantando Novas Histórias Sobre Pessoas Pretas” de Flow Nzinga. Inspirada nos griots africanos , os contadores de histórias, poetas e cantores responsáveis por guardar a tradição de seus povos através da oralidade, a artista apresenta um trabalho com narrativas positivas sobre a população negra e a cultura africana através da potencialidade do Rap e da poesia. A apresentação conta com canções autorais e poemas que emponderam o negro, a ancestralidade e experiências próprias da rapper enquanto uma pessoa negra LGBTQIA+.

Oficinas e cinema

Ainda no sábado, será realizada a Oficina de Poesia com Preta Poética, que tem como objetivo estimular a criatividade e a escrita dos participantes. Ao longo da atividade, será abordado o slam (competição de poesia falada), a poesia marginal, gênero literário no conceito da favela, que tem sido muito utilizado por artistas periféricos e reconhecido pela academia como um gênero novo dentro da poesia.

Oficina de poesia marginal será realizada no sábado (14).

Nesse dia também será realizado mais uma edição do Cine&Manas, cineclube itinerante que circula pela região metropolitana do Rio com filmes dirigidos por mulheres. O filme exibido será “Uma Paciência Selvagem me trouxe até aqui’, com direção de Érica Sarmet. A sessão será seguida de uma roda de Slam que vai premiar, em dinheiro, as três primeiras poetas colocadas.

No domingo (15), a artista Samira Marana apresenta o espetáculo “Esgotamento Contínuo”, primeiro em solo Brasileiro de gumboot dance – A dança gumboot – dança sul-africana que é realizada por dançarinos usando botas wellington (galochas) – onde a pluralidade cultural e as influências entre África-Brasil estão conectadas sócio politicamente pelas questões históricas e atuais do mundo do trabalho.

Samira Marana apresenta o espetáculo “Esgotamento Contínuo”.

Gumboot dance é uma dança majoritariamente feita por homens e este é um espetáculo solo concebido e interpretado por uma mulher brasileira. A artista é uma das únicas mulheres coreografas e pesquisadoras da dança sul africana Gumboot Dance fora da África do Sul. A dramaturgia do espetáculo aborda temas globais urgentes sobre a preservação do meio-ambiente, impactos socioeconômicos e culturais da atividade mineradora, preservação dos territórios dos povos originários e as demandas da classe trabalhadora precarizada.

Ainda na programação do domingo, será realizada a Oficina Experimentações com o Barro – Introdução à escultura, com o Ateliê Pytã que tem origem no Morro do Palácio, em Niterói. O encontro irá propor a construção de objetos-esculturas feitos com argila e materiais reciclados e tem como objetivo criar estímulos sensoriais, brincadeiras e exercícios de observação. A intenção é proporcionar aos participantes diversas maneiras de compreender a escultura e estimular a liberdade criativa.

Oficina de esculturas feitas em argila ou materiais reciclados também faz parte da programação.

Instalações artísticas

Nos dois dias, o evento contará com instalações artísticas. “Partenon”, da artista visual Karen Campbell, apresentará, através do reaproveitamento de materiais descartados nas caçambas de lixo da cidade, novas imagens formadas com a utilização de pintura e a própria composição desses materiais, ressignificando o descarte e criando uma leitura para a beleza encontrada no ambiente. A outra, Maracatu SubUrbano, em formato de vídeo instalação, que será projetada a partir de elementos artesanais, o familiar, o lúdico e o humano que se combinam com o industrial, o digital, o urbano e o tecnológico. A instalação é um monumento em homenagem às manifestações culturais suburbanas cariocas.

A construção de bonecos é brincadeira e pesquisa da artista com formação multidisciplinar Pamella Magno com seus filhos, Fernando (9) e Augusto (5), criando experiências artísticas com material reutilizável e lixo eletrônico, ao mesmo tempo em que elas são gravadas e remixadas por celulares.

O projeto é fruto do Edital “Retomada Cultural RJ 2”, da Secretaria de Estado de Cultura e Economia Criativa. A mostra é realizada pela Manas Produtora, que atua no mercado criativo desde 2017 com desenvolvimento e realização de projetos de protagonismo feminino,  com o intuito de impulsionar a produção e o consumo dessas produções.

– A Manas é uma produtora que trabalha em rede. Acreditamos que uma vez que nos conectamos podemos potencializar o trabalho uma das outras. Por isso abrimos uma chamada pública para montar essa programação. Com as propostas selecionadas, conseguimos fechar dois dias de programação com dois recortes principais, um mais voltado para artes urbanas: cinema a céu aberto, show de Rap e um slam de poesia. No segundo dia, a mostra celebra a cultura popular para fechar com aquela energia gostosa de roda de samba no pôr do sol belíssimo da Baía de Guanabara- conta Carolina Rodriguez, produtora cultural da Manas Produtora.

Além dos dois dias de evento aberto ao público, a produtora realizará ações sociais nos dias 12 e 13 de janeiro (quinta e sexta-feira), através da parceria com o Coletivo Oca Viradouro e com o projeto Jovens Comunicadores.

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