Para responder a essa perguntar devemos entender que, uma pessoa com TDAH, independente de estar grávida ou não, precisa aprender a controlar os sintomas do transtornos e diminuir um pouco o ritmo de vida, para que isso não afete sua gestão e muito menos o seu bebê. Mas, o que é esse transtorno? Como podemos identificar a presença dos sintomas em adultos? E quais são as implicações do TDAH na vida de uma gestante?
O TDAH é um tipo de transtorno neurobiológico, de causas genéticas, que aparece na infância e, frequentemente, acompanha o indivíduo por toda sua vida. Para fechar o diagnóstico de TDAH em adultos, é necessário avaliar a presença do transtorno na infância do sujeito e classificar os sintomas apresentados.
Portanto, não são só as crianças que podem ser diagnosticadas com o transtorno, os adultos também sofrem desta patologia. Ganham destaque situações marcadas pela desatenção, inquietude e impulsividade. Fatores determinantes para o fechamento do diagnóstico.
Os principais sinais são: Instabilidade profissional; rendimento abaixo da capacidade intelectual; falta de foco e atenção; dificuldade de seguir rotinas; desorganização; dificuldade de planejamento e execução das tarefas propostas; procrastinação; ansiedade diante das tarefas não estimulantes; dificuldades nos relacionamentos; frequente alteração de humor; frequentes esquecimentos com perdas e descuidos para datas e reuniões importantes; dificuldades para expressar suas ideias e colocar em prática o que está pensando; dificuldade para escutar e esperar a sua vez de falar – fala muito e ouve pouco; frequente busca por novas coisas que o estimulem – não estão satisfeito com nada; intolerância a situações monótonas e repetitivas; insônia severa; gastrites intensas; nervosismo frequente; diminuição do apetite; cefaleias constantes e cada vez mais fortes (sintoma muito apresentado pela apresentadora e influencer Virgínia Fonseca, inclusive).
Enfim, o diagnóstico de TDAH em uma mulher por si só já é um fator de risco gestacional, independentemente de tratar ou não com medicamentos. Isso ocorre porque as mulheres com TDAH tendem a ter um estilo de vida menos saudável, negligenciando a dieta, não realizando atividade física regular, fazendo uso excessivo de álcool e drogas, e fumando mais, o que aumenta as chances de complicações clínicas devido à obesidade e outros fatores de risco relacionados ao estilo de vida inadequado. A atenção passa a ser redobrada nesta etapa.
Além do trabalho psicoterápico, outras ações podem amenizar os impactos do TDAH, como: planejamento das atividades cotidianas; regularidade de atividades físicas para desacelerar o corpo e a mente; exercícios de respiração frequentes; pausas na rotina para controlar a ansiedade; adoção de hobbies que estimulem o prazer, entre outros. Porém, o mais importante é estar atento aos sinais e buscar ajuda de um profissional de saúde mental para controlar o agravamento dos sintomas. Com a saúde não se brinca e é preciso desacelerar a mente para se ter uma vida cotidiana mais saudável.
Dra. Andréa Ladislau / Psicanalista