A terça-feira 9 de novembro poderá ser lembrada até o fim de 2022. Pelo impacto que deve ter nas eleições presidenciais e na disputa pelo governo do Estado do Rio.
A ministra Rosa Weber, do Supremo Tribunal Federal, já suspendeu liminarmente o chamado Orçamento Secreto e decidirá sobre a legalidade da votação da PEC dos Precatórios, aprovada em primeiro turno na Câmara por somente quatro votos além do necessário.
Ao suspender o Orçamento Secreto, e caso o plenário do STF chancele essa decisão na terça, Weber desarticula a estratégia do Presidente Bolsonaro com o Centrão de continuar a abrir os cofres públicos para a eleição de 22, tendo como operador o presidente da Câmara, Arthur Lira (PP-AL). Para a Ministra, as chamadas emendas de relator usadas no Orçamento Secreto permitem a execução de gastos sem deixar digitais.
Weber também aguarda resposta de Lira sobre a votação da PEC dos Precatórios, que teria tido irregularidades como a de autorizar votação remota até para deputado que estava no exterior.
Sem o Orçamento Secreto, Lira dificilmente conseguiria fazer aprovar a PEC por 312 votos, como ocorreu semana passada. E sem a PEC o governo terá de arranjar dinheiro em outro lugar para pagar o Auxílio Brasil de R$ 400 no ano eleitoral.
Não bastasse o peso dessas duas decisões para as eleições de 22, há ainda um outro: pré-candidato a Presidente, o ex-ministro Ciro Gomes retirou provisoriamente sua candidatura porque o PDT dele deu 15 votos a favor da PEC de Bolsonaro. Agora o PDT trabalha contra o tempo para “virar” esses votos na sessão prevista para a terça e derrotar a articulação Bolsonaro-Centrão na votação.
Brasília estará de olho no PDT na Câmara. O ex-prefeito de Niterói Rodrigo Neves, pré-candidato do partido ao governo do Estado, também.