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Luiz Cláudio Latgé

Jornalista, documentarista, cronista, atuou na TV Globo por 30 anos, como repórter, editor, diretor. Consultor em estratégia de comunicação, mora em Niterói e costuma ser visto no Mercado de São Pedro.
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Tiroteio eleitoral

Na galeria superior ficaram os manifestantes contrários ao PL
Baixaria na Câmara, disputa pela segurança e ataques religiosos já aparecem na campanha, que não começou

A eleição ainda está longe, pelo calendário do TRE ainda não há candidatos nem se pode fazer campanha, mas o noticiário dos últimos dias anuncia que será uma campanha sangrenta, sem muito respeito à verdade e ao eleitor, como se viu em 2018 e 2022, mas até agora não tinha resvalado para a disputa pela prefeitura de Niterói. Vale anotar alguns momentos que anunciam o que teremos pela frente.

Guerra Santa: Na última semana, o pré-candidato do PL, deputado Carlos Jordy, e o vereador Douglas Gomes, entupiram a internet ataques ao cantor Johnny Hooker, escalado para o festival ID: Rio, divulgando acusações falsas contra ele e provocando a ira do eleitorado evangélico. A Prefeitura, patrocinadora e contratante do evento não resistiu à pressão e cancelou o show.

Informações falsas. A votação da Lei de Zoneamento antecipou o jogo sujo na batalha eleitoral, distribuindo, por dois andares da Câmara, de um lado apoiadores do governo e de outro opositores.  Até aí é o jogo democrático. Mas a distribuição de informações falsas como a de que teria havido liberação de gabarito em lugares que não houve mudança e a impressão de folhetos com acusações apócrifas e sem provas contra a prefeitura revelam que as fake news  e a desinformação serão arma de campanha.

Vacinas: A Covid volta a se espalhar e os postos de Saúde não têm testes. A Prefeitura alega que não recebeu os testes do governo do estado e terá que fazer a compra com recursos próprios.

Segurança Presente: O Prefeito Axel Grael cobrou do governo do estado a volta do programa Niterói Presente, transformado pelo governador Claudio Castro em bandeira eleitoral em 2020, quando foi assumido pelo estado como Segurança Presente. A Resposta foi grosseira, nas redes bolsonaristas, o Major Abrahão Climaco, coordenador do programa do estado, chamou o prefeito e o Secretário executivo Rodrigo Neves de “vermes”. Apesar do cargo, declarou sem pudores, que quem quiser ver a cidade à mercê dos moradores de rua deve votar nos “vermes”. Não sofreu nenhuma reprimenda do governo do estado, pelo uso indevido do cargo. O próprio governador Claudio Castro subiu o tom e chamou a campanha de palhaçada.

O exemplo de São Gonçalo: o ato realizado no Clube português para a apresentação do deputado Jordy como pré-candidato foi um festival de ataques aos adversários. O Capitão Nélson, prefeito de São Gonçalo, alinhado com o bolsonarismo e os evangélicos, foi usado como referência e modelo para Niterói.

Ainda falta muito para a eleição, mas se tem uma coisa que Niterói não precisa é da baixaria eleitoral e do discurso de ódio. Seria interessante, sim, discutir,  os problemas da cidade: saúde, educação, trânsito…

 

 

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