Uma startup de biotecnologia está cultivando mudas de lúpulo brasileiro in vitro. A BioHop, com sede na Universidade Federal Rural do Rio de Janeiro (UFRRJ), em Seropédica, tem como proposta utilizar uma das técnicas mais modernas de melhoramento genético para edição do genoma da planta e criação de novas variedades.
A startup recebeu investimentos da Faperj (Fundação de Amparo à Pesquisa do Estado do Rio de Janeiro) para a montagem de um laboratório e a implantação de uma biofábrica e um viveiro de mudas de lúpulo.
Doutora em Agronomia e fundadora da BioHop, Cássia Coelho afirmou que há um crescimento de produtores nacionais de lúpulo e que a geração de mudas em laboratório “pode alcançar alto rendimento por planta matriz, obtenção de plantas isentas de patógenos, mudas sadias em qualquer época do ano, em curto período de tempo e em espaço reduzido”.
Segundo ela, também é possível a clonagem de plantas de difícil propagação vegetativa por métodos convencionais e preservação de matrizes sem risco e infecção. Além disso, citou como vantagem do cultivo in vitro, a longo prazo, a possibilidade de redução dos custos e aumento da produtividade das plantas.
Até o momento, a BioHop recebeu R$ 200 mil em auxílio para pesquisas. De acordo com Cássia, a meta, agora, é estabelecer parcerias com laboratórios e empresas para o desenvolvimento das novas variedades e escalar a produção para a comercialização.
BNDES
A cultura do lúpulo agora faz parte do Programa de Modernização da Agricultura e Conservação dos Recursos Naturais (Moderagro), linha de crédito oferecida pelo Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social (BNDES). A inclusão atendeu a um pleito da Associação Brasileira dos Produtores de Lúpulo (Aprolúpulo).
Por meio do Moderagro, produtores e empresas rurais ligados à cultura do lúpulo poderão financiar investimentos de até R$ 880 mil. Para cooperativas, o valor pode chegar a R$ 2,64 milhões.
O Brasil tem cerca de 90 produtores de lúpulo. Segundo a Aprolupulo, a cultura do lúpulo já está presente em pelo menos 11 Estados: Bahia, Espírito Santo, Goiás, Minas Gerais, Paraná, Pernambuco, Rio de Janeiro, Rio Grande do Sul, Santa Catarina, São Paulo e Tocantins.
A cultura atingiu 48 hectares no ano passado, com 29 toneladas produzidas. Para 2023, as projeções apontam que a área de produção deve dobrar, oferecendo 88 toneladas de lúpulo ao mercado nacional.
Essa produção representa 1% do que consome as cervejarias nacionais, que é de mais de 4.700 toneladas, totalizando mais de R$ 450 milhões, segundo dados da Embrapa.
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Fonte: Faperj e Aprolupulo
