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Andrea Ladislau

Andrea Ladislau é graduada em Letras e Administração de Empresas, pós-graduada em Administração Hospitalar e Psicanálise e doutora em Psicanálise Contemporânea. Tem especialização em Psicopedagogia e Inclusão Digital. Na pandemia, criou no Whatsapp o grupo Reflexões Positivas, para apoio emocional a pessoas do Brasil inteiro.
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  Quando o medo de envelhecer nos limita

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Envelhecer de forma saudável traz ganhos imensos para a saúde.

O medo de envelhecer para muitas pessoas pode ser um fator de assombramento. Já que muitos sentem medo da velhice, por questões relacionadas ao abandono familiar, redução do interesse por atividades sociais, surgimento de diversas comorbidades físicas ou emocionais que limitam a interação humana, ou até mesmo receio de morrer. Fantasmas comuns que povoam o universo de quem já tem alguns anos de experiências de vida e muitas histórias a contar. Com o aumento da expectativa de vida, o número de idosos em nosso país aumentou e o auto preconceito com a velhice também.

Porém, alguns estudos atuais mostram que envelhecer de forma saudável traz ganhos imensos ao indivíduo. Uma das descobertas aponta que, por exemplo, o cérebro de uma pessoa idosa é muito mais prático do que normalmente se acredita. Nessa fase da vida, a interação dos hemisférios direito e esquerdo do cérebro torna-se harmoniosa, o que expande e abre grandes possibilidades criativas.  Tanto que, entre as pessoas com mais de 60 anos, podemos encontrar muitos indivíduos iniciando atividades criativas ou mesmo entrando no universo empreendedor e desempenhando papéis mais desafiadores.

Apesar de termos a ciência de que o cérebro não é mais tão rápido como na juventude, indícios apontam a flexibilidade como ganho de escala, possibilitando maior interação nas tomadas de decisões, bem como no melhor gerenciamento de emoções negativas. Isto ocorre com mais frequência nesta faixa etária, pois o pico da atividade intelectual humana ocorre por volta dos 70 anos, quando o cérebro começa a funcionar em sua força total.

Um outro fator que justifica esse ganho é o aumento da substância mielina no cérebro, facilitando a passagem rápida de sinais entre os neurônios, propiciando um aumento das habilidades intelectuais em até 300% de sua relação à média habitual. Além disso, após os 60 anos, o ser humano pode se dar ao luxo de utilizar os dois hemisférios cerebrais ao mesmo tempo, permitindo a resolução de problemas complexos com muito mais facilidade e menos sofrimento interno.

A inteligência do cérebro e seu poder de atuação fazem com que, no caso do idoso, seja escolhido o caminho que consome menos energia, eliminando o desnecessário e deixando apenas as opções corretas para a resolução dos dilemas cotidianos, sem muitos sinais de confusão.

Diferente de pessoas que se encontram na faixa etária juvenil. Ou seja, inúmeros são os benefícios mentais em envelhecer: Os neurônios no cérebro não morrem, como dizem todos ao seu redor. São apenas as conexões entre eles que desaparecem se a pessoa não se envolver em trabalho mental; A distração e o esquecimento aparecem devido a uma superabundância de informações.  Portanto, não é necessário que você concentre toda a sua vida em ninharias desnecessárias; além disso, a partir dos 60 anos, uma pessoa, ao tomar decisões, não utiliza um hemisfério ao mesmo tempo, como os jovens, mas ambos.

Enfim, não é preciso ter medo de envelhecer. Se sua escolha de vida está relacionada a um estilo saudável, recheado de atividades físicas viáveis associadas a atividades mentais estimulantes, sem sombra de dúvidas, suas habilidades intelectuais tendem a crescer e se fortalecer à medida que a idade for avançando.

O ideal é se esforçar para se desenvolver intelectualmente, gerar interação social, não se isolar do mundo e, principalmente, cuidar sempre da saúde física e mental. Enfim, é recomendável estar em constante movimento, fazendo planos futuros que possam alimentar desejos e ampliar a finitude e o frescor de viver.

Dra. Andréa Ladislau   /  Psicanalista

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