11 de dezembro

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Andrea Ladislau

Andrea Ladislau é graduada em Letras e Administração de Empresas, pós-graduada em Administração Hospitalar e Psicanálise e doutora em Psicanálise Contemporânea. Tem especialização em Psicopedagogia e Inclusão Digital. Na pandemia, criou no Whatsapp o grupo Reflexões Positivas, para apoio emocional a pessoas do Brasil inteiro.
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Qual a melhor maneira de trabalhar a autoconfiança das crianças?

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Um dos aspectos mais importantes no processo educacional de uma criança e adolescente, é o diálogo.

Falar de desenvolvimento humano, é imprescindível no que tange questões de acolhimento e orientação geral para as crianças. As fases de amadurecimento de um indivíduo são bastante distintas e precisam ser vistas com um olhar e uma escuta ativa, respeitando as individualidades de cada um e a realidade do meio ao qual esse ser humano está inserido. Afinal, são fases bem desafiadoras e importantes na formação do caráter e da personalidade.

Sempre irão surgir inseguranças do tipo: qual a melhor maneira de ajudar nossos filhos a construírem uma autoconfiança e autoestima fortalecidos? Se eu disser que é fácil, estarei minimizando a questão, pois tudo que envolve sentimento e comportamento humano, vem carregado de pontuações, uma vez que somos seres individualizados e estamos em um constante processo de evolução física e mental. Mas também não é um bicho de sete cabeças.

O mais importante é entender as fases deste desenvolvimento infantil e o que cada etapa da vida nos reserva. No âmbito psíquico vale destacar que, as crianças apresentam 4 fases: físico, cognitivo, social e afetivo, sendo as fases de mudanças afetivas e cognitivas as mais significativas.

Nosso papel é sermos facilitadores dessa criança, no sentido de lembrar que o mais importante é respeitar os limites dela. Cada uma vai se desenvolver em seu tempo, somos seres únicos. Além disso, é preciso abrir o diálogo e permitir que ela tenha voz e que possa se expressar de modo a ter noção de seus medos e angústias, para elaborar suas questões inconscientes e conscientes. O bom gerenciamento das emoções não significa represá-las.

A criança precisa encontrar abertura suficiente para confrontar o que sente. Em vez de dizer “não chore” ou “controle-se”, acolha procurando compreender as razões deste comportamento e auxiliando na busca de respostas adequadas para cada situação, tomando o cuidado para não ser invasivo, o que pode torná-la dependente e passiva.

Seja um estimulador do autoconhecimento, através do uso de sua sensibilidade. Enfim, lembre-se: quando a criança tem dificuldades, toda a família tem também e por trás de um comportamento sempre existe uma necessidade.

Portanto, um dos aspectos mais importantes no processo educacional de uma criança ou até mesmo de um adolescente, é o diálogo. Ele norteia questões emocionais e sociais que devem ser levadas em conta, quando a intenção é orientar e aproximar esse indivíduo de uma realidade que seja coerente com o que a sociedade determina e prega, além de ser um grande facilitador para a construção do senso crítico e pessoal.

Devemos sempre levar em consideração que estamos em um processo constante e eterno de evolução. Cada um com sua bagagem de vida, crenças e experiências particulares. Porém, não podemos fugir do senso comum que limita questões relacionadas à ética e moral. Mas, podemos e temos o dever de acolher e auxiliar essa criança, com nosso olhar e escuta ativa, a gerenciar melhor seus sentimentos e aprender a identificar o que está sentindo, para que assim possa se sentir autônomo e seguro para suas tomadas de decisões.

Ou seja, a autoconfiança pode ser construída ou trabalhada desde cedo para que se tenha um adulto equilibrado e consciente de suas responsabilidades e direitos.

Dra. Andréa Ladislau
Psicanalista

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