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Silvia Fonseca

Silvia Fonseca é jornalista e trabalhou por 30 anos no jornal O GLOBO, onde foi Editora Executiva. Tem pós em Gestão de Redação, tem uma consultoria em soluções de mídia e é sócia fundadora do A Seguir: Niterói. Nasceu em Minas, mas mora em Niterói há 32 anos.
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Pesquisa Ipec ajuda a acirrar desespero do bolsonarismo

Políticos declaram apoio a Lula e Bolsonaro. Foto: Divulgação
Lula tem hoje 13 pontos de vantagem sobre Bolsonaro e chance de resolver no primeiro turno

O presidente Bolsonaro não conseguiu reduzir a distância para o ex-presidente Lula e ainda viu a rejeição a seu nome aumentar da semana passada para esta. O resultado da pesquisa Ipec (ex-Ibope) divulgada nesta segunda-feira (5/9) pela TV Globo vai  provocar reações fortes no bolsonarismo desesperado, nenhuma delas com resultados previsíveis. A menos de um mês das eleições de 2 de outubro, chegar lá sem mortos e feridos e com as instituições de pé parece ser hoje uma previsão otimista.

Se o candidato petista ao Planalto lidera com folga e tem chance de vencer já no primeiro turno, Bolsonaro pode radicalizar e ir para o tudo ou nada no 7 de setembro. As fake news vão engrossar e exalar esgoto por todas as redes.  O presidente também pode, por outro lado, aceitar que os ataques à democracia ajudam a aumentar a rejeição a seu nome e baixar a temperatura da fervura. Mas isso parece menos provável a esta altura do campeonato.   Ninguém sabe o que acontecerá.

O fato é que a pesquisa do Ipec jogou um balde de água fria na campanha bolsonarista e animou o PT de Lula. Pela consulta, o petista tem hoje 44% das intenções de voto contra 31% de Bolsonaro, uma diferença de 13 pontos percentuais. Na pesquisa anterior do mesmo instituto, essa vantagem era de 12 pontos, com Lula com os mesmos 44% e o presidente com 32. Mudança dentro da margem de erro, mas o tempo está passando…

Hoje, segundo o Ipec, Lula teria 50% dos votos válidos e, portanto, vislumbraria a chance de vencer já no primeiro turno. Indo para o segundo turno, o petista ficaria com 52% contra 36% de Bolsonaro. A dificuldade do presidente de sair de sua bolha é evidente. O isolamento dele também. Mas é o isolamento de um radical populista e autoritário que tem o apoio de mais de 30% do eleitorado. O que torna tudo assustador.

Realizada entre os dias 2 e 4 de setembro, depois do debate da Band e do começo do horário eleitoral, a consulta mostra que pouco mudou desde o começo do ano, com o petista na dianteira folgada e o presidente apresentando dificuldade para derreter a rejeição a seu nome. Nada menos que 49% dos eleitores dizem que não votariam em Bolsonaro de jeito algum, contra 47% na semana passada. A rejeição a Lula se manteve em 36%.

No Ipec, o ex-ministro Ciro Gomes (PDT) aparece com 8%, contra 7% na sondagem da semana passada. E a senadora Simone Tebet (MDB) tem 4% contra 3% da pesquisa anterior.  Mais uma vez, a chance de vitória de Lula no primeiro turno parece estar no voto útil, caso eles migrem de Ciro e/ou Tebet para o petista.

O 2 de outubro parece cada dia mais longe. Até lá o país estará sob ameaça. Ameaça que não acaba com a eleição. As urnas serão abertas e os votos, contados. Importante segurar o desespero até lá.

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