O prefeito do Rio, Eduardo Paes (PSD), quer participar da disputa pelo Palácio Guanabara. Derrotado na última eleição para governador, Paes não vai concorrer este ano, mas tenta influir. Não apenas porque não gosta do deputado Marcelo Freixo (PSB), que lidera as pesquisas.
Além de não gostar de Freixo, Paes lançou o ex-presidente da OAB Felipe Santa Cruz pelo seu PSD para articular acordo com outros partidos. E esta semana anunciou aliança com o PDT do presidenciável Ciro Gomes. Desta forma conseguiu entrar no jogo, já que Santa Cruz não atrai.
Reunidos no Rio, Paes e Ciro atacaram o ex-presidente Lula, que disputará o Planalto pelo PT, e o candidato dele a governador, Freixo. Do encontro também participaram outros políticos do PDT e do PSD, inclusive o ex-prefeito de Niterói Rodrigo Neves, já lançado pelo PDT para o Guanabara.
Então é isso: o PSD de Paes vai apoiar Ciro para a Presidência e Rodrigo Neves para o Governo do estado? Paes até pode ser, mas o PSD não.
Quem manda no PSD é o ex-ministro e ex-governador de São Paulo Gilberto Kassab. Entre Lula, que lidera as pesquisas, e Ciro, num longínquo quarto lugar, quem você acha que o pragmático Kassab vai escolher?
Paes terá liberdade para manter o acordo que anunciou, mesmo se Kassab aderir a Lula? Pode ser, desde que a aliança entre PT e PSD não seja formal, como não deve ser. Mas e se Ciro e Rodrigo Neves não decolarem nas pesquisas? Paes dobrará a aposta?
É tudo do jogo. A reunião serviu para criticarem Lula e Freixo, serviu para reforçar o palanque de Ciro no Rio. Também serve para muitas outras coisas, inclusive pode acabar ajudando a candidatura do governador bolsonarista Cláudio Castro (PL) à reeleição.