A cada segundo, surgem novidades nas redes sociais. Atualmente, vemos despontar os chamados “Influencers de saúde mental”, que podem ser especialistas, profissionais ou mesmo pessoas comuns que possuem ou já vivenciaram algum tipo de desconforto psíquico emocional.
Essas pessoas usam de sua influência, para falar sobre o tema para um número cada vez maior de seguidores em diversas plataformas digitais. Mas o que fazem e como atuam?
Os influencers digitais estão por toda parte. Como o próprio nome diz, são pessoas que usam suas redes sociais para influenciar sua audiência a consumir produtos, interagir com novas tendências, estar atualizado e antenado com todas as novidades do momento.
O objetivo é usar de sua capacidade de influenciar e formar a opinião de outras pessoas, por meio de conteúdos que eles produzem nas redes sociais. Esses conteúdos podem abordar qualquer tipo de assunto, de qualquer nicho.
E quando isso se volta para saúde mental, o que temos visto é uma popularização de termos antes tidos como tabus sociais.
A pertinência desta abordagem requer responsabilidade afetiva e cuidado para que seja feita com cautela e sabedoria, para não divulgar informações errôneas e assim, alimentar neuroses e transtornos inexistentes na audiência.
Afinal, cada ser humano é único e o que me afeta nem sempre irá afetar o outro, e vice e versa. Por outro lado, devemos estar felizes por temas relacionados à saúde mental estarem vindo para as pautas de discussão.
O que demonstra que são muitos os pontos nevrálgicos envolvidos no assunto, porém, é visível a mudança de olhares e a busca por conhecimento sobre as dores psíquicas que afetam o ser humano.
Dores essas que geram tantas crenças limitantes e conceitos enraizados que, culturalmente, rejeitam tudo aquilo que desconhecem.
Esse estigma precisa ser quebrado e combatido através da popularização de assuntos relacionados às doenças mentais e hábitos comportamentais prejudiciais ao desenvolvimento do indivíduo.
Promover o acesso à informação é um grande antídoto no combate a negligência do autoconhecimento.
Afinal, o grande entrave está no fato de que, doenças físicas são mais perceptíveis que as questões psicoemocionais, com isso temos percepções e diagnósticos tardios, dificultando o reconhecimento da necessidade de busca por ajuda de profissionais de saúde mental.
Enfim, “Influencers de saúde mental” são bem-vindos quando descortinam, com responsabilidade, respeito e orientação, chamando a atenção para as dores da mente do comportamento sem invadir o espaço da orientação técnica adequada que deve ser ofertada por um profissional habilitado.
Um investimento louvável para propiciar bem-estar e equilíbrio. Visto que, somos seres únicos em busca de sustentação e capacitação para uma vida saudável, porque não usar a tecnologia em favor da disseminação da informação adequada?
Ou seja, quanto mais falarmos sobre nossos sentimentos, mais conscientes ficamos de nossos vazios e das nossas forças.
Portanto, que cada indivíduo compreenda a urgência de um relacionamento genuíno consigo e com o mundo que o leve de encontro ao crescimento pessoal, a superação de conflitos, traumas ou dificuldades emocionais.
Uma coisa é fato: tudo que nos leva a refletir e nos reconhecer, ajuda a transformar frustrações em gatilhos para a obtenção de força na busca de caminhos mais assertivos.
Dra. Andréa Ladislau / Psicanalista