Muitos são os casos noticiados de depoimentos de pessoas que investem todas as economias financeiras, em muitos casos grandes valores reservados de uma vida inteira, para concretizar o sonho da festa de casamento ou de quinze anos deslumbrante e sofrem duros golpes de empresas de festas e cerimoniais que, recebem todo o dinheiro combinado e, no tão esperado dia do evento, não entregam e não realizam a cerimônia.
Resta aos clientes uma dura constatação: foram vítimas de golpes, perderam tudo. Infelizmente, casos deste tipo são mais comuns do que podemos imaginar.
E diante dessa enxurrada de histórias de tristeza e lamentação, vamos refletir como essa situação pode afetar psicologicamente um indivíduo que gerou expectativas diante da realização de um sonho.
E o que fazer, quando essa realidade bate à sua porta?
A primeira coisa a se pensar é que, somos humanos e criamos expectativas em relação a nossas conquistas futuras. E é exatamente esse o ponto nevrálgico: sofremos por não controlar tudo.
Quando algo foge ao nosso controle, entramos em estado de desequilíbrio que afeta o comportamento e nosso estado emocional. Isso porque tudo o que é externo e nos foge ao controle, gera insegurança e medo e nos faz sentir vulneráveis.
E no caso em questão, estamos falando de uma situação de perda financeira e a não concretização de um desejo. Fato é que, ninguém vai imaginar que será vítima de um golpe, mas quando, infelizmente, isso ocorre, entra em cena sensações incômodas como: a impotência, o fracasso e a desesperança.
Emocionalmente falando, o indivíduo frustrado e triste, se vê angustiado ao ponto de não conseguir sentir-se em paz, o que gera transtornos emocionais relevantes, como perda de sono, perda de apetite, estresse generalizado, ansiedade, tristeza profunda, depressão e síndrome do pânico.
A sensação de fracasso e inutilidade invade a mente deste ser humano que se vê perdido e, muitas vezes até sem recursos.
As chances de potencialização de um sentimento de inutilidade ou frustração, por sentir-se enganado, são grandes.
Emoções que retroalimentam o estresse, levando a pessoa a vivenciar sensações de angústia, dor, raiva intensa, irritabilidade, alterações de humor, entre outros gatilhos que justificam a desestruturação mental.
E o que fazer quando essa realidade se apresenta? Em primeiro lugar é denunciar, imediatamente, a empresa que cometeu o estelionato. Buscar que a justiça seja feita.
Desse modo, o ideal é não se entregar a comportamentos e emoções, como: o mau humor, irritação, isolamento social e tristeza profunda, por mais difícil que seja.
Pois, se não houver o gerenciamento adequado destes sentimentos, de cabeça quente, podemos ter consequências desastrosas e intensas do ponto de visto da saúde mental.
Além disso, ficará mais difícil encontrar saídas para buscar realizar a concretização do sonho de se casar ou de realizar os 15 anos de um filho.
Ou seja, não adiantar fugir dos problemas. Devemos encarar de frente para conseguir perceber sua dimensão e desta maneira, verificar de que forma poderão ser solucionados.
Enfim, quando a mente busca um mínimo de equilíbrio ela consegue visualizar saídas mais eficazes. Lembrando que, sua saúde mental é muito valiosa e tudo o que possa vir a feri-la deve ser descartado e eliminado de seu cotidiano.
Nada é mais saudável do que viver em paz com nossos pensamentos, acreditar em seus sonhos e estar mais atento aos detalhes que possam te proteger para não mais cair em armadilhas ou golpes desta natureza.
Sabemos que quando estamos desajustados internamente, o nosso exterior reflete este desajuste e potencializa nossas fragilidades e impulsos.
Não se entregar à desesperança e tristeza, pois para tudo existe uma saída. Não deixe que esses episódios estraguem sua saúde mental, busque seus direitos e volte a sonhar, dessa vez com mais cautela e atenção, priorizando o reestabelecimento de seu equilíbrio emocional.
Dra Andréa Ladislau / Psicanalista