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Andrea Ladislau

Andrea Ladislau é graduada em Letras e Administração de Empresas, pós-graduada em Administração Hospitalar e Psicanálise e doutora em Psicanálise Contemporânea. Tem especialização em Psicopedagogia e Inclusão Digital. Na pandemia, criou no Whatsapp o grupo Reflexões Positivas, para apoio emocional a pessoas do Brasil inteiro.
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O consumo excessivo de informações afetando nossa saúde emocional

Filtrar o que se consome de informação é fundamental para o equilíbrio emocional.
Filtrar o que se consome de informação é fundamental para o equilíbrio emocional.

Estar bem informado, saber e poder opinar com propriedade sobre todos os assuntos é fundamental nos dias atuais. Afinal, o desenvolvimento do nosso senso crítico só é possível através da atualização do conhecimento.

Mas e quando a busca por notícias e informações se torna um processo obsessivo na vida do indivíduo?

Quais os benefícios e quais os riscos para a saúde mental do ser humano que não consegue se desligar dos noticiários?

Não podemos negar que os últimos dois anos vieram para nos ensinar muito. Aflorando, em todos os sentidos, o pior e o melhor do homem.

O isolamento social, aliado ao avanço tecnológico, fomentou uma dedicação espontânea e surreal pelo consumo excessivo dos conteúdos produzidos em larga escala, quase que a cada segundo, nas redes sociais.

Claro que estar bem informado, poder dialogar e transitar por diversos assuntos faz muita diferença na vida das pessoas e, se faz muito necessário. A questão é quando esse consumo se torna exagerado.

Um estudo encomendado por uma revista norte-americana, apontou essa semana, os riscos emocionais que pessoas com esse desejo obsessivo por notícias podem sofrer.

De acordo com o estudo, o excesso torna o ser humano mais propenso a desenvolver crises de ansiedade, elevação do estresse, somatizações que geram problemas físicos e o agravamento de transtornos mentais importantes. Além de facilitar a associação de novos distúrbios a diagnósticos já existentes.

Isso pode ocorrer, pois, a pessoa acaba entrando em um ciclo vicioso que gera prazer através desse consumo. Como a problemática já aponta, cria a dependência da necessidade de estar a par de tudo, motivando a obsessão por atualização constante das informações.

Esse sofrimento emocional pode afetar a vida em todos os aspectos possíveis, em todas as relações humanas. Além disso, pode alimentar sentimentos de desesperança, ansiedade, depressão, transtornos de estresse pós-traumático, transtornos bipolares, esquizofrenia, insônia, distúrbios alimentares, entre outros.

Também traumas e doenças psíquicas provocadas pela exposição à incerteza do amanhã, pela insegurança e pelo desgaste mental se, por exemplo, o foco da atenção estiver voltado, de forma permanente, para notícias relacionadas à tragédias, desastres, desequilíbrios econômicos de grandes proporções ou coisas do gênero.

O aumento do sofrimento psíquico é consequência dos excessos e compulsões praticados pelo ser humano. Afinal, nenhum excesso é saudável e por isso, filtrar o que se consome de informação é fundamental para o equilíbrio emocional das pessoas, em tempos em que a enxurrada de notícias pode manipular a mente e evidenciar a necessidade de acompanhamento psicológico, a fim conscientizar a carência de um detox de notícias.

Portanto, mais do que nunca, devemos buscar nosso próprio equilíbrio interno. Exercitando e trabalhando a mente para proteger seu lado emocional. Vivendo um dia de cada vez, focando em pequenos detalhes da vida, excluindo os excessos do que se consome de notícias diariamente.

Enfim, evite absorver tudo e se encharcar de dor, medo, insegurança, dúvidas e pavor. Lembre-se: só conseguimos lidar com o externo, quando nosso interno está em equilíbrio.

Dra. Andréa Ladislau  /  Psicanalista

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