Niterói por niterói

Pesquisar
Close this search box.

Luiz Cláudio Latgé

Jornalista, documentarista, cronista, atuou na TV Globo por 30 anos, como repórter, editor, diretor. Consultor em estratégia de comunicação, mora em Niterói e costuma ser visto no Mercado de São Pedro.
Publicado

O Brasil nas quatro linhas

Copa do Mundo deve aquecer comércio. Foto: Fernando Frazão/Imagem ilustrativa
O Brasil na Copa e a chance de nos (re)conhecermos, depois de todas as feridas abertas pela política

O Brasil volta a jogar nas quatro linhas, depois de tempos nervosos em que Bolsonaro sequestrou a camisa da seleção brasileira e ameaçou violar todas as regras do jogo político. Pelo menos no Catar. A Copa do Mundo tem a chance de resgatar a paixão dos brasileiros pelo futebol, embora o trauma da aventura autoritária ainda não esteja curado, enquanto o país assiste o fanatismo dos seguidores do presidente, rezando, marchando, fechando estradas, queimando caminhões e mandando mensagens para ETs para questionar o resultado das eleições e pedir um golpe militar. As ruas não estão enfeitadas como em outras copas e ainda não dá para abstrair e sair distraidamente com a camisa amarela. Mas é o Brasil em campo e o futebol tem este efeito de nos unir.

O Brasil entra em campo na quinta-feira contra a Sérvia. É a primeira seleção no ranking da Fifa. Não quer dizer muito, já passamos por isso antes. E tem um ataque renovado, Neymar, Raphinha, Richarlisson, Vinicius Júnior, Antony…  E vai ter Galvão, gritando Brrrasil, cheio de erres, recuperado da Covid, que é outra preocupação que embarreira a nossa alegria. Por um momento teremos a chance de fantasiar a superioridade do drible brasileiro, deixando de lado os problemas que não conseguimos resolver e se agravaram nos últimos anos, inflação, desemprego, saúde, educação… A mudança de governo resgata a possibilidade de pensar o futuro. Torcer pelo Brasil vai nos botar no mesmo lado da arquibancada – e talvez ali a gente possa se (re)conhecer.

 

COMPARTILHE