Entre 26 de agosto e 1 de setembro, é celebrada a Belgium Beer Week. De festival belga que acontecia por diversos cantos do país para celebrar a cerveja local, o evento, agora, se espalhou por vários países do mundo. Brasil inclusive.
Nessa festividade, Niterói marca presença pela segunda vez. Inclusive, abrindo a programação do Rio de Janeiro, no dia 26, às 19h30.
Como da outra vez, será no Armazém São Jorge, no Jardim Icaraí, que sabores belgas vão se “reunir” em um jantar harmonizado, com cinco serviços, que teve como ponto de partida rótulos clássicos.
São eles: Brugse Zot Blond Ale e Straffe Hendrik Quadrupel (ambos da cervejaria Halve Maan), Delirium Tremens Belgian Golden Strong Ale e Delirium Red Fruit Beer (ambos da cervejaria Huyghe) e a icônica Duchesse de Bourgogne, uma Flanders Red Ale da cervejaria Verhaeghe.
É a Duquesa que vai segurar o prato de resistência da noite: Carbommades Flamandes e Fritas – trata-se de um dos mais conhecidos pratos típicos da Bélgica, em que a carne é demoradamente cozida na cerveja – digamos que é a versão belga do Boeuf Bourguignon francês.
Depois de Niterói, a programação segue na cidade do Rio de Janeiro da seguinte forma:
Dia 27, às 19h30 – jantar harmonizado no Three Monkeys House (Rua Real Grandeza, 129, em Botafogo; contato: 21. 3586-7052)
Dia 29, às 19h30 – jantar harmonizado no Bistrô da Casa (Ladeira da Glória, 98, na Glória; contato: 21.98849-7853)
Dia 31, às 13h – almoço harmonizado no Three Monkeys House
Todos os eventos contarão com a participação do beer sommelier José Padilha, embaixador do Belgium Beer Week no Rio de Janeiro.
– Esse evento acontece há cinco anos, no mundo, e há dois no Brasil. A cerveja belga tem muita tradição e qualidade. É produzida em menor volume, é uma bebida elegante com características gourmet que fazem essa cerveja se aproximar muito dos movimentos de gastronomia – afirmou Padilha.
Aromas e sabores frutados, com toques de especiarias e condimentos são as principais características das cervejas belgas. Dentre os seus mais variados estilos, a Witbier, cerveja que leva trigo e coentro na sua receita, é um dos mais conhecidos.
Já a Tripel, estilo de cerveja artesanal belga mais fabricado no mundo, é ao mesmo tempo potente e elegante. Difícil alguma iguaria não harmonizar com essa cerveja, que é uma espécie de “pretinho básico gourmet”.
– A Tripel é um verdadeiro coringa, uma carta na manga. Costumo brincar dizendo que se uma pessoa que diz gostar de cerveja não gostar de uma Tripel, melhor dar suco para essa pessoa beber. Não gostar de uma Tripel é quase um sacrilégio. E olha que esse nem é meu estilo preferido de cerveja, mas é um estilo muito versátil – comentou Padilha.
Quem acha que é muito oba oba para uma Escola Cervejeira, saiba que essa reverência à produção belga vai longe. Em 2016, a cerveja belga foi declarada pela Unesco Patrimônio Cultural Imaterial da Humanidade.
A distinção não coube à bebida em si, mas ao conjunto de manifestações culturais que seu fabrico e degustação envolvem – que é exatamente o que faz com que só aumente a legião de fãs dessa escola cervejeira pelo mundo (Lupulinário é muito fã).
A tradição vem de longa data, da época em que produzir cerveja era coisa de mulher (bruxas?), feita com toda e qualquer erva que se encontrasse pelo caminho (gruit, antes da “invenção” do lúpulo).
Os belgas são meticulosos, mas nada preocupados com a reprodutibilidade exata de suas produções. Podem deixar de servir um cliente se não tiver o copo correspondente do rótulo ou fora da temperatura considerada ideal para o estilo. Mas jamais vão se preocupar em rotular ou catalogar o tipo de bebida que produzem – os guias de estilo que lutem.
Se me perguntarem qual a minha cerveja belga preferida, eu cravo: Orval, um típico exemplo de dificuldade de catalogação de estilo de cerveja.
Dentre as icônicas, além das que serão servidas pelo Armazém São Jorge, estão os rótulo Trappist Westmalle Tripel (considerada a “mãe” das Tripel), Deus Brut des Flandres, “a” cerveja champagne, as marcas Chimay, Kwak, Duvel, Rochefort, St. Bernardus , Carolus, Cantillon …
Em Bruxelas, a capital belga, entre os dias 6 e 8 de setembro, acontece um grande festival de cerveja na Gran-Place que vai reunir 50 marcas belgas.
Pode apostar que todas essas marcas têm histórias incríveis relacionadas com suas origens. Fica aqui a da Duquesa de Borgonha:
O rótulo é uma homenagem à Mary, duquesa de Borgonha que nasceu no século 15 nos arredores de Bruxelas. Com 20 anos, ela herdou o ducado e ficou conhecida por ser uma mulher com temperamento forte e decidido, que fez com que a França reconhecesse o poder que a província de Borgonha tinha. Faleceu com apenas 25 anos em uma queda de cavalo perto da região de Bruges.
Duchesse de Bourgogne é uma representante do estilo Flanders Red Ale, tradicional da região oeste de Flandres na Bélgica. É uma cerveja delicada que passa por envelhecimento em barricas de carvalho e o produto final é um blend entre safras de 18 e 8 meses. O aroma remete a cerejas, frutas vermelhas; tem uma acidez balsâmica com notas vinificas aparentes.
Serviço
Jantar harmonizado com cerveja belga – Niterói
26 de agosto, às 19h30
Armazém São Jorge: R. Dr. Leandro Mota, 8, Jardim Icaraí
Ingresso diretamente com o estabelecimento: 21 97015-7180
Vagas limitadas
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