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Silvia Fonseca

Silvia Fonseca é jornalista e trabalhou por 30 anos no jornal O GLOBO, onde foi Editora Executiva. Tem pós em Gestão de Redação, tem uma consultoria em soluções de mídia e é sócia fundadora do A Seguir: Niterói. Nasceu em Minas, mas mora em Niterói há 32 anos.
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Lula terá mesmo Alckmin de vice, o que deve garantir escolha de Freixo no Rio

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Alckmin abraça Lula em recente encontro: Foto redes sociais/Alberto Carlos Almeida

Aconteceu outras vezes. O ex-presidente Lula já decidiu que o candidato a vice em sua chapa para disputar o Planalto neste 2022 será o ex-tucano e ex-adversário Geraldo Alckmin. E não vai voltar atrás. Ninguém tem mais dúvida disso no PT, nem mesmo os “rebeldes” de hoje José Genoino e Rui Falcão, carecas de conhecer o jeito Lula de comandar o partido.

O acordo está praticamente fechado com o PSB, que deve acolher Alckmin para formalizar a aliança. A pedra no caminho continua sendo São Paulo, onde tanto PT como PSB têm candidatos postos, mas há interesses maiores em jogo.

Lula tem deixado petistas gritarem contra Alckmin. Como já disse alguém, porém, o moderado “picolé de chuchu” é a Carta ao Povo Brasileiro do petista de 2002 em 2022. Naquele ano, já incorporando o Lulinha Paz e Amor, o barbudo precisava acalmar o mercado. Vinte anos depois, continua precisando acalmar o mercado mas também dar uma guinadinha mais pro centro para enfrentar o radicalismo da direita conservadora pró-Bolsonaro.

O PT já entendeu os recados que o chefe do partido deu na entrevista de 19 de janeiro. Na hora certa, vai todo mundo marchar junto e “sorrindo”, sem choro, como disse Lula.

A formalização do acordo PT-PSB deve garantir também a candidatura do deputado Marcelo Freixo (ex-Psol, hoje PSB) ao governo do Estado do Rio. Apesar do jeito Freixo de ser. Há resistências no PT fluminense ao nome do deputado, mas elas terão de ser contidas se Lula (ops, o partido) decidir, e ele já tomou a decisão.

O presidente da Alerj, André Ceciliano, deixou que pusessem seu nome na roda como possível candidato do PT. Mas não será. Além de Lula querer o acordo com o PSB, as rachadinhas podem atropelar muita gente na Casa além dos Bolsonaro ao longo do processo eleitoral.

Corre por fora pelo apoio do líder nas pesquisas presidenciais no Rio o ex-Prefeito de Niterói Rodrigo Neves, do PDT, já lançado para o governo do estado. O partido tem o ex-ministro Ciro Gomes como candidato ao Planalto. De novo Ciro, e de novo sem mostrar fôlego para ir ao segundo turno a esta altura do campeonato.

Neves já garantiu foto com Lula e usa o fato de ter experiência administrativa como um suposto atrativo para o petista abrir seus olhos para além de Freixo no estado. Mas talvez essa equação hoje passe  por dois fatores, um externo e outro interno do PDT.

O primeiro é o Prefeito Eduardo Paes (PSD), que já lançou um pré-candidato (Felipe Santa Cruz, do PSD) mas não bateu o martelo. O PSD ainda conversa com Lula também. O segundo fator é o próprio Ciro Gomes: ele vai até o fim ou desiste? Se Ciro cai fora, mas não apoia Lula, o cenário é um. Se desiste e apoia Lula-Alckmin, muda também um pouco o jogo no Rio.

Será? Há muito tempo ainda pro eleitor decidir. Mas Lula já decidiu como vai jogar.

 

 

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