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Silvia Fonseca

Silvia Fonseca é jornalista e trabalhou por 30 anos no jornal O GLOBO, onde foi Editora Executiva. Tem pós em Gestão de Redação, tem uma consultoria em soluções de mídia e é sócia fundadora do A Seguir: Niterói. Nasceu em Minas, mas mora em Niterói há 32 anos.
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Jornalismo na veia contra o abuso de poder

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Os jornalistas premiados com o Nobel da Paz. Imagem/Divulgação

Quem dissemina notícias falsas por estas bandas de cá não deve ter ficado constrangido. Os “donos” dos robôs sabem o que fazem e o que os movem. Mas em meio à morte de milhões de pessoas pela Covid no mundo e ao escanteio da verdade por  ditadores de diferentes calibres, o Prêmio Nobel da Paz de 2021 foi concedido a dois jornalistas que denunciam desmandos e ataques à liberdade de expressão. Um reconhecimento planetário à paz que a busca da verdade traz em contraponto ao ódio em que reinam as fake news.

Notícias falsas matam. Por isso o jornalismo profissional é tão importante. Para a democracia e a vida. O Nobel da Paz reforçou a defesa da democracia com a escolha dos  jornalistas Maria Ressa e Dmitry Muratov por sua “luta corajosa” em defesa da liberdade de expressão nas Filipinas e na Rússia. A dupla representa “todos os jornalistas que defendem este ideal”, de defesa da liberdade de imprensa e contra abusos de poder em seus países, destacou o comitê responsável pela premiação.

Ressa ajudou a fundar o site de notícias Rappler e foi premiada por usar a liberdade de expressão para “expor o abuso de poder, o uso da violência e o crescente autoritarismo em seu país, as Filipinas”. Lançado em 2012, o site filipino se notabilizou com denúncias contra as violações de direitos humanos do governo do presidente Rodrigo Duterte.

Muratov, que co-fundou o jornal independente Novaja Gazeta e o editou por 24 anos, foi premiado por defender a liberdade de expressão na Rússia, “em condições cada vez mais desafiadoras”, com a publicação de reportagens que denunciaram corrupção e abuso de poder do Governo de Vladimir Putin. Seis jornalistas foram assassinados nos últimos anos por sua atuação no jornal.

“O jornalismo livre, independente e baseado em fatos serve para proteger contra o abuso de poder, a mentira e a propaganda de guerra”, disse a presidenta do comitê do Nobel, Berit Reiss-Andersen.

O Nobel da Paz não era dado a um jornalista desde 1935, quando o alemão Carl von Ossietzky foi o escolhido por ter revelado o programa secreto de rearmamento do seu país após a Primeira Guerra Mundial.

Agora chega em boa hora para o jornalismo profissional, tão perseguido e até silenciado por autoritários de plantão.

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