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Andrea Ladislau

Andrea Ladislau é graduada em Letras e Administração de Empresas, pós-graduada em Administração Hospitalar e Psicanálise e doutora em Psicanálise Contemporânea. Tem especialização em Psicopedagogia e Inclusão Digital. Na pandemia, criou no Whatsapp o grupo Reflexões Positivas, para apoio emocional a pessoas do Brasil inteiro.
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Injeções para diabetes utilizadas para emagrecer podem impactar a saúde mental

imagem pessoa triste

Você já deve ter ouvido falar ou conhece alguém que está fazendo uso das famosas injeções para diabetes que auxiliam no emagrecimento. As mais comuns Ozempic e Victoza, viraram febre entre pessoas perseguem a perda de peso.

A grande questão é que são medicamentos destinados para o controle do diabetes e que, portanto, por possuírem efeitos colaterais de grande relevância, podem afetar a saúde física e mental. Principalmente, quando existe um abuso e excesso nessa utilização.

A automedicação é o fato mais estarrecedor. Tanto que, já se sabe que muitos jovens estão auto aplicando essas injeções, sem orientação médica, na busca pelo corpo perfeito.

Isso nos leva a refletir quais são os impactos e motivações psicológicas deste contexto? Por que essa maximização do belo e perfeito, ganha apoio em potencial, popularizando-se com a utilização exagerada de diversos métodos ou receitas?

Métodos que evidenciam uma necessidade em apresentar uma aparência marcada por medidas corporais e simétricas perfeitas para impressionar e se sentir bem, em detrimento da saúde física e mental.

Os medicamentos para controle do diabetes, provocam o aumento dos hormônios que elevam a produção insulínica, que de fato podem ajudar no emagrecimento. No entanto, não são indicados para essa finalidade exclusiva, e o uso sem controle médico pode trazer consequências inesperadas para o usuário, como: pancreatites, depressão, falência renal, ansiedade generalizada, distúrbios mentais desconexos e demências.

Esses exageros, seja por ingestão de substâncias ou qualquer outro método, destacam o desejo da perfeição e o medo de serem julgados ou mesmo de envelhecer, estabelecendo um senso de estética e padronização do seu perfil pessoal.

De uma certa forma, percebemos a perseguição desenfreada, por uma imagem que renegue sua aparência, dentro de uma falsa realidade, promovida por um engano estabelecido, sem qualquer acompanhamento médico ou mesmo cuidado com a saúde do corpo e da mente.

Apesar do tímido movimento de defesa de uma exposição, sem pudores ou receios, das imperfeições corporais, somos bombardeados nas mídias e redes socias, por um mercado crescente de inúmeros produtos que prometem resultados rápidos, instantâneos e mágicos, como: o corpo sequinho daquela famosa ou famoso que está em evidência no momento ou o rosto sem sinais daquela influenciadora digital.

Mas onde foi parar o senso crítico, o aceite do biotipo, o amor próprio e a autoestima do ser humano que encara essas armadilhas e arrisca tudo para ficar dentro dos padrões de estética e beleza aceitáveis?

Enfim, é preciso cautela e orientação de um profissional de saúde. Visto que, é inevitável os equívocos e exageros quando não se leva em conta o psicológico do indivíduo que vive a partir de uma realidade corporal distorcida.

Realidade essa alimentada através da insatisfação com sua aparência, uma tendência de baixa autoestima e, possível depressão, a partir da desconstrução do real.

Perceba que, quando isso acontece, também está sendo rejeitado o amor próprio e evidenciado os mais variados complexos, camuflados por uma necessidade de reconhecimento, sem responsabilidade com o que pode vir a sofrer de efeitos colaterais.

Portanto, respeite seus limites e coloque sempre sua saúde e segurança em primeiro lugar, através de um acompanhamento clínico adequado e da psicoterapia para ajudar na elevação da autoestima e aceitação pessoal.

Dra Andrea Ladislau / Psicanalista

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