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Andrea Ladislau

Andrea Ladislau é graduada em Letras e Administração de Empresas, pós-graduada em Administração Hospitalar e Psicanálise e doutora em Psicanálise Contemporânea. Tem especialização em Psicopedagogia e Inclusão Digital. Na pandemia, criou no Whatsapp o grupo Reflexões Positivas, para apoio emocional a pessoas do Brasil inteiro.
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Fórmulas milagrosas que geram a falsa promessa de perfeição corporal

Mulher vendo que a calça esta larga.
Respeite os limites e coloque sempre a saúde e segurança em primeiro lugar.

A cada semana, temos a notícia de que alguém perdeu a vida por acreditar na falsa promessa de emagrecimento e corpo perfeito através da ingestão de fórmulas milagrosas. O que nos leva a refletir, o que faz com que, pessoas aparentemente saudáveis caiam nestas armadilhas de promessas mágicas, divulgadas pelas redes sociais, em busca do corpo perfeito, da pele perfeita ou mesmo da necessidade da criação da imagem distorcida e irreal? E quais são os impactos e motivações psicológicas deste contexto?

A maximização do belo e perfeito, propagada pelas mídias, ganha apoio em potencial, popularizando-se com a utilização exagerada de diversos métodos ou receitas que evidenciam uma necessidade em apresentar uma aparência, distante da realidade, marcada por medidas corporais e simétricas perfeitas para impressionar e se sentir bem.

Infelizmente a exigência pela perfeição está por toda parte, até mesmo nas redes sociais que divulgam métodos espetaculares para alcançar esse objetivo. De uma certa forma, percebemos a perseguição desenfreada, por uma imagem que renegue sua aparência, dentro de uma falsa realidade, promovida por um engano estabelecido, sem qualquer acompanhamento médico ou mesmo cuidado com a saúde do corpo e da mente.

Não tenham dúvidas quanto a afetação do bem-estar e do psicológico do indivíduo que vive a partir de uma realidade virtual e corporal distorcida, alimentando através da insatisfação com sua aparência, uma tendência de baixa autoestima e, possível depressão, desconstruindo o real. Atendendo aos apelos de uma sociedade que cultua o belo e promove uma extrema exposição, através do vício danoso da manipulação da própria imagem e do risco de se expor a qualquer receita ou complexo de ervas naturais que prometa facilidades.

Esses exageros podem alimentar o sentimento narcísico do ser humano e aumentar assim, sua necessidade de espelhamento, pois estimula o desejo de que o outro o perceba sempre belo e perfeito, expondo, de forma excessiva, suas emoções e promovendo distorções depressivas através de crises de ansiedade e de uma possível sensação de opressão, uma vez que não se consegue ser feliz sendo ele mesmo, da forma como se é.

Minha imagem real não agrada e só consigo aceitar a imagem distorcida e perfeita, aprovada pela sociedade, que decreta que precisamos ser magros e com o corpo ou o rosto sem qualquer imperfeição. Uma busca e predileção que refletem uma falsa realidade e a mais pura rejeição do real, em prol de uma imagem desejável e aceitável por todos. Perceba que, quando isso acontece, também está sendo rejeitado o amor próprio e evidenciado os mais variados complexos, camuflados por uma necessidade de reconhecimento.

Enfim, respeite seus limites e coloque sempre sua saúde e segurança em primeiro lugar. Desconfie de remédios, fórmulas e dietas milagrosas. Fuja da imposição neurótica de uma vida de aparências, pois o ser humano não morre quando o coração para de bater, ele morre quando deixa de se sentir e se perceber de verdade. Busque uma terapia, faça exercícios físicos e busque ser menos exigente consigo mesmo. Seu corpo e sua mente agradecem.

 

Dra. Andréa Ladislau  /  Psicanalista

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