Fim de ano é hora de retrospectiva na imprensa. Jornais, sites e TVs abusam da paciência de leitores e telespectadores com fatos velhos, amontoados e chatos. Não só por falta de notícias, pelo menos nestas últimas semanas.
Agora em dezembro caiu avião em cima de uma cidade turística, teve desastre que matou mais de 40 em Minas, general golpista e bolsonarista viu no Natal a Estrela de Belém nascer quadrada, dólar e euro dispararam, abundaram as confusões governamentais, parlamentares e judiciárias em Brasília.
O que falta é criatividade dos jornalistas. Acredito piamente nisso porque vivi de 1983 a 2016 dentro de Redações de jornais. E a partir de 2016 convivo profissionalmente com jornalistas o tempo inteiro no meu serviço em assessorias.
Outra coisa que me atormenta: não há nada mais ridículo e cafona do que as listas dos melhores filmes e peças lançadas no ano. Não falo nem em discos, porque acabaram. Uns três, quatro ou cinco supostos entendidos nos temas apontam os tais melhores.
A maioria das pessoas não leu nem vai ler, não viu o filme nem vai ver, está se lixando para a tal lista. Aquilo é feito só para ocupar espaço. Espaço em que deveria estar um texto inédito, uma reportagem interessante e criativa, uma entrevista de alguém que tenha algo a dizer.
Quando repórter, estive em roubadas terríveis em períodos natalinos e em réveillons. Houve ano em que fiquei em Angra dos Reis à espera da explosão da usina nuclear. Ocorrera dias antes uma série de tremores de terra na área. A explosão não veio, mas fiquei dias lá à espera da hecatombe atômica.
Em outro ano, estava na mesa de Natal da família quando telefonam para avisar que o carro do jornal estava me buscando. Destino: Volta Redonda, onde o alto-forno da usina acabara de explodir e matara uma penca de operários.
Sem falar em plantões nas redações e ou em frente a endereços de autoridades. Desses, perdi a conta.
No mais, a quem me lê e aos colegas do A Seguir: Niterói desejo o melhor dos mundos em 2025 e muita festa nesta passagem de ano.