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Andrea Ladislau

Andrea Ladislau é graduada em Letras e Administração de Empresas, pós-graduada em Administração Hospitalar e Psicanálise e doutora em Psicanálise Contemporânea. Tem especialização em Psicopedagogia e Inclusão Digital. Na pandemia, criou no Whatsapp o grupo Reflexões Positivas, para apoio emocional a pessoas do Brasil inteiro.
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Fim de ano e o culto aos excessos aumentando casos de doenças crônicas

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Os cuidados com o corpo e a mente são essenciais no fim do ano.

Chega o fim de ano, as festas comemorativas e o número de agravos de doencas cronicas por excesso de alcool, cigarros, sexo sem camisinha, entre outros exageros, cresce e coloca em risco a saúde física e mental das pessoas.

 

Diabetes, obesidade, pressão alta, HIV, entre outras comorbidades, representam um aumento expressivo nessa época, já que as pessoas esquecem de se cuidar e se entregam ao desejo e prazer de curtir como se não houvesse o amanhã.

 

Uma das doenças que mais preocupam neste momento, é a aceleração de casos de novos infectados pelo HIV. Dados recentes do Ministério da Saúde revelam que mais de 52 mil jovens entre 15 a 24 anos contraíram HIV, entre 2011 e 2021. Um número muito expressivo que choca quando se compara a elevação dos casos de óbitos ocasionados pela doença dentro dessa faixa etária, nos últimos anos.

 

Os “excessos” cometidos pelos jovens é a principal causa do aumento de casos. Excessos relacionados ao elevado consumo de bebida alcóolica, drogas, cigarro, vida desregulada, zero qualidade de vida, sexo sem camisinha e sem qualquer tipo de prevenção. Os infectologistas chamam a atenção para essa combinação explosiva: sexo, drogas e álcool.

 

É verdade que o HIV positivo da década de 80 não é o mesmo HIV positivo de atualmente. Dificilmente hoje se morre de Aids, ao menos que não haja qualquer aderência ao tratamento com antiretroviral. Porém, pela ótica psicanalítica, nos cabe refletir sobre esses excessos. A necessidade de pertencimento. Pertencer a um grupo.

 

Um grupo que usa drogas, que é engajado, um grupo que fuma, que bebe em excesso, vira noites na rua sem dormir, um grupo que vive em baladas e não fazer uma boa higiene do sono, ou mesmo não consegue, pela exaustão das noitadas, se alimentar corretamente, ou praticar um exercício físico regular. Ou seja, jovens ou adultos sem preocupação com o autocuidado. Que não fazem uma terapia para se autoconhecer ou mesmo entender porque tantos excessos e como eliminar os gatilhos que os colocam de frente com os abusos. Não conseguem entender que o corpo e a mente são templos sagrados e que cuidar bem de ambos é o primeiro passo para uma vida de equilíbrio.

 

Portanto, sempre cabe reforçar que as confraternizações são importantes e necessárias para fechar ciclos e demonstrar afeto, carinho e amor pelo próximo. Porém, não precisamos extrapolar colocando em risco a saúde, exagerando nos alimentos, nas bebidas, no tabaco ou mesmo na busca pelo prazer a todo custo.

 

A consequência disto é o desencadeamento de novas doenças, se a pessoa já tiver algum tipo de predisposição ou mesmo o agravamento dos diagnósticos já existentes. Nosso corpo e  nossa mente são templos sagrados que precisam ser preservados para que, ao longo dos próximos 365 dias, tenhamos saúde mental e física com equilíbrio para enfrentar os desafios.

 

Enfim, o segredo para viver o momento da virada do ano e do período de festas de forma saudável é buscar celebrar com responsabilidade e cautela sem extrapolar os próprios limites. Os cuidados com o corpo e a mente são essenciais, e viver uma “vida loca”, cheia de excessos, fala mais do emocional fragilizado do ser humano, de seus gatilhos, faltas e vazios do que de qualquer outro aspecto da vida.

 

 

Dra. Andréa Ladislau / Psicanalista

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