21 de novembro

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Andrea Ladislau

Andrea Ladislau é graduada em Letras e Administração de Empresas, pós-graduada em Administração Hospitalar e Psicanálise e doutora em Psicanálise Contemporânea. Tem especialização em Psicopedagogia e Inclusão Digital. Na pandemia, criou no Whatsapp o grupo Reflexões Positivas, para apoio emocional a pessoas do Brasil inteiro.
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 É mania ou TOC (Transtorno Obsessivo Compulsivo)?

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Se já houve a definição do diagnóstico de TOC é preciso fazer acompanhamento com profissional de saúde mental.

Apontado, popularmente, como um conjunto de manias, o TOC – Transtorno Obsessivo Compulsivo, é muito comum e se caracteriza por um tipo de disfunção psicológica associada a uma gama de compulsões e repetições nos hábitos executados, de forma involuntária e que trazem prejuízos funcionais no cumprimento das tarefas cotidianas.

Para desmistificar o tema, se faz necessário entender de que forma se manifesta o transtorno. Além disso, especialistas apontam e alertam para a necessidade do cuidado e do devido gerenciamento das emoções que auxiliam no controle dos sintomas. Mas o que vem a ser esse transtorno? Quais as causas? Como prevenir e quais os tratamentos? Existe cura?

A resposta para todas essas perguntas está no entendimento do que provoca o desconforto que culmina nas famosas “manias”. A dinâmica se dá quando, o paciente passa a criar rituais, desenvolvendo em sua mente preocupações excessivas, pensamentos impróprios e distorcidos com conteúdo obsessivo e dúvidas constantes.

Além de demonstrar uma alternância emocional pautada por desconforto, aflições, sentimento de culpa, medo e até comportamentos depressivos. Esses rituais compulsivos podem ser desenvolvidos no campo da higienização pessoal e do lar, na organização em geral, na simetria ou no colecionismo; variando de intensidade ao longo da evolução da doença.

Se já houve a definição do diagnóstico de TOC e a pessoa realiza acompanhamento com profissional de saúde mental, é muito importante não abandonar o tratamento e não se auto medicar. A falta de controle dos sintomas pode agravar a condição deste quadro.

Várias podem ser as manias ou hábitos repetidos através do transtorno. Mas engana-se quem pensa que o TOC afeta apenas em atividades cotidianas, ele também mobiliza o pensamento a criar regras e repetições de ideias intrusivas que geram angústia e aprisionamento do ser humano.

Efeito inclusive, vivido por Luciana Vendramini e relatado demonstrando dor e impotência. Sua mente criava mecanismos fantasiosos que faziam com que ela se sentisse cada vez mais frágil e vulnerável aos episódios, chegando até a ficar 26 horas parada e estática na rua, aguardando avistar uma pessoa com uma camisa amarela. Ou seja, uma realidade imaginativa que a impedia de viver a vida de forma natural.

Quando algumas atitudes e pensamentos caracterizam-se por meio de neuroses e paranoias agravadas por medos irracionais e obsessivos, associadas por ansiedade, sentimentos negativos, fobias, isolamento ou alteração de humor frequente, o sinal de alerta precisa ser acionado, principalmente, se estiver associada ao sofrimento com alterações de comportamento, pensamento e emoções, gerando uma desestrutura emocional, comprometendo o equilíbrio e podendo até desencadear uma fragilidade do sistema imunológico.

Portanto, muito louvável quem tem a coragem de buscar ajuda profissional, autoconhecimento para enfrentar seus medos e buscar ajuda para vencer os próprios monstros. Nomear e entender as causas dos comportamentos repetitivos, é fundamental. Identificar o transtorno e eliminar o preconceito e os tabus relacionados às questões mentais, contribui para o tratamento adequado e a busca do equilíbrio emocional.

O TOC é, mais um tipo de transtorno mental que exige o controle das emoções que visam auxiliar e eliminar o pânico e o medo, através do gerenciamento emocional e do autocontrole para reduzir os impactos negativos das “manias” recorrentes.

Ou seja, é preciso seguir as recomendações da equipe multidisciplinar de acompanhamento composta, normalmente, por psicanalista, psiquiatra, neurologista entre outros que se faça necessário, para amenizar os sofrimentos emocionais desencadeados por gatilhos de ansiedade e nervosismos alimentados na mente.

Para amenizar os sintomas do transtorno, é recomendável desempenhar, na medida do possível, atividades prazerosas que transmitam bem estar, sem ceder ao pavor mental e aos pensamentos intrusivos.

Dra. Andréa Ladislau / Psicanalista

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