O Presidente Bolsonaro teria hoje cerca de 30% dos votos no Estado do Rio. É metade do que teve em 2018, quando foi eleito, mas não é pouco. Pode até eleger o governador, dependendo de quem seja o candidato. Coisa que nem ele sabe ainda.
Se entra na disputa Hamilton Mourão (PRTB), seu vice agora escanteado para 2022, o general chega a 17% das intenções de voto, apenas seis pontos percentuais atrás do primeiro colocado, o deputado Marcelo Freixo (PSB), que aparece com 23%. É o que mostra pesquisa do instituto Quaest feita a pedido do jornal O GLOBO.
A consulta incluiu três cenários. Num deles, com Mourão, o terceiro colocado é o governador Cláudio Castro (PL), que vai disputar a reeleição, com 12%. Isso mostra um possível patamar de 30% para o bolsonarismo no Estado do Rio hoje.
Neste cenário, com Freixo na liderança e Mourão em segundo, o ex-prefeito de Niterói Rodrigo Neves (PDT) aparece com 6%, e o presidente da OAB, Felipe Santa Cruz (PSD), com 3%. Eleitores indecisos ou que pretendem anular ou votar em branco somam 39%.
Quando a pesquisa inclui apenas Freixo (25%), Cláudio Castro (16%), Neves (7%) e Santa Cruz (3%), sem Mourão, os eleitores que não querem nenhum deles ou estão indecisos vão a 49%. O que revela desalento, rejeição, mas também bolsonarismo órfão de candidato neste cenário.
No terceiro quadro, quando inclui como candidato o atual Prefeito do Rio, Eduardo Paes, este lidera com 26%. Mas Paes se elegeu dizendo que não deixará o cargo para disputar o Palácio Guanabara em 2022. Freixo fica com 19%, Castro com 14% e Neves com 4%.
O instituto também fez sondagem sobre a eleição presidencial no estado. O ex-presidente Lula (PT) hoje seria vencedor no Rio, com 43% dos votos, em dois cenários, seguido de Bolsonaro, com 29% a 30%. O ex-ministro Ciro Gomes, pré-candidato do PDT, aparece com 8% e 9%, dependendo de quem seja o candidato do PSDB, que ainda escolherá entre os governadores João Dória e Eduardo Leite.
A pesquisa diz pouco e muito ao mesmo tempo. Pouco porque ainda é cedo demais para as eleições de outubro de 22. Muito porque mostra que o bolsonarismo teria assegurado hoje uma fatia importante do eleitorado. E que, para superar o candidato do presidente, seja quem for, será preciso unir forças da centro-esquerda num eventual segundo turno. Apesar da briga entre Lula e Ciro.